O comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, coronel Paulo Coutinho, autorizou abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar contra o cabo Edmilson Bispo da Silva. Ele está preso suspeito de matar o trabalhador rural Alberto da Silva Pereira, na zona rural do município de Queimadas, Norte da Bahia. O PAD foi assinado no último dia 12, segundo apuração do Portal do Casé nesta quarta-feira (20).
O caso aconteceu no dia 20 de julho de 2023, no povoado conhecido como Jacurici. Segundo o Ministério Público da Bahia, Edmilson Bispo saiu de um veículo, de cor branca, e mandou a vítima correr. O irmão de Alberto, um adolescente, presenciou tudo, mas escapou. A motivação seria, pontua a denúncia, um desentendimento ocorrido em maio, na festa que comemora a Lavagem da Igreja de Queimadas.
Agora, na prática, o cabo - lotado no 6º Batalhão (BPM/Senhor do Bonfim) - pode ser demitido da Polícia Militar caso fique provado o assassinato. Segundo o PAD, assinado pelo comandante-geral, Bispo deverá ser afastado das atividades por até 60 dias e não poderá usar armas. O policial, porém, está preso desde setembro de 2023 no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, por decisão do Tribunal de Justiça da Bahia.
O advogado do acusado, que comanda a defesa na Justiça comum, Cláudio Morgado, sustentou ao Portal do Casé que ainda não foi informado sobre a instauração do PAD, mas ressalvou que não foi procurado pela família de Edmilson Bispo para realizar a defesa, agora na Justiça Militar.
Na Justiça comum, o processo já passou da fase de audiência de instrução e julgamento. Testemunhas de acusação e defesa já foram ouvidas, inclusive o irmão de Alberto Pereira - testemunha ocular - e o próprio Edmilson Bispo da Silva. O PM negou todos os fatos e disse não saber o motivo de estar sendo acusado. Apresentou ainda o depoimento de um jovem, trabalhador de um mercado, que garantiu estar com o policial no horário em que o assassinato ocorreu.
O TJ deve decidir nos próximos dias se Bispo vai ou não à júri popular.