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Acusados de matar testemunha do 'caso Paraíso Perdido' são absolvidos; relembre

Data:
Jean Mendes

O caso, ocorrido no município de Jaguaripe, ganhou repercussão porque a vítima era funcionária de Leandro Silva Troesch

Acusados de matar testemunha do 'caso Paraíso Perdido' são absolvidos; relembre
Billy - Redes sociais

Três dos cinco acusados de matar Marcel da Silva Vieira, o "Billy", foram absolvidos em júri popular. O caso, ocorrido no dia 6 de março de 2022 no município de Jaguaripe, ganhou repercussão porque a vítima era funcionária da pousada de luxo Paraíso Perdido e uma das pessoas de confiança do patrão, Leandro Silva Troesch. Coincidência do destino, o empresário tinha sido encontrado sem vida dias antes e “Billy” seria ouvido pela Polícia Civil. 

Foram absolvidos do crime de homicídio contra "Billy": Alan Bonfim dos Santos, Joelton dos Santos Santana e Jania dos Santos Santana. Além do trio, foram denunciados na época, pelo assassinato, um adolescente e outro rapaz, Luiz Felipe Silva Sacramento de Salles - esse ainda não julgado. O júri aconteceu na quarta-feira (10) na cidade de Nazaré, Recôncavo da Bahia. Alan e Joelton, inclusive, estavam presos e já tiveram os alvarás de soltura expedidos.

Conforme a denúncia do Ministério Público da Bahia, realizada após as apurações da Polícia Civil de Jaguaripe, "Billy" chegou ao distrito de Camassandi acompanhado de um amigo e, lá, encontrou Jaina. Ambos compraram cerveja, foram para a casa da mulher e dispensaram o amigo da vítima - também funcionário da Paraíso Perdido. Já durante a madrugada, enquanto Marcel e Jaina faziam sexo, o imóvel foi invadido por Alan, Luiz Felipe, Joelton e o adolescente.

"Já na casa da primeira denunciada, o segundo, terceiro e quarto denunciados, acompanhados de um adolescente, retiraram o Sr. Marcel (vítima) daquele imóvel e conduziram-no até a parte mais baixa de uma ladeira próxima. Neste local, foi a vítima totalmente despida, espancada (com chutes e socos), esfaqueada e alvejada com um tiro, o que causou a sua morte", narrou o MP. Depois, sustenta o órgão, o corpo da vítima foi "desovado".

O QUE DIZEM OS ACUSADOS?

Alan, Joelton e Jania - esses dois últimos são irmãos - sempre negaram que fizeram parte da trama para matar "Billy". Alan contou em juízo que no dia depois do crime estava com sua mãe quando soube que a polícia esteve em sua casa, na região de Camassandi e, então, procurou um advogado para se apresentar em delegacia. Contou ainda que conhecia Jania e Joelton de vista, assim como Luiz Felipe. Alegou que soube da morte de Marcel pela televisão.

Já Joelton relatou que estava no imóvel com a vítima e Jaina, no dia do assassinato. Em seguida, de acordo com ele, viu a vítima já correndo pela rua e sendo perseguida. Contou ainda que sua irmã estava usando drogas e que ela já conhecia Marcel. O acusado ainda sustentou que foi incluído no inquérito porque viu os dois homens agredindo Marcel. 

Um detalhe nesses depoimentos chama a atenção: Jaina chegou a acusar o irmão pela execução de Marcel. "Que seu irmão somente retornou para a residência no amanhecer do outro dia, em desespero, afirmando 'Matei o cara! Matei o cara!'. Que questionou ao seu irmão quem ele teria matado, sem obter resposta. Que Joelton disse para a interrogada os nomes das pessoas que participaram do crime: Luiz Felipe e o jovem V.E.D.J.S.", contou.

MORTE NA POUSADA

"Billy" era homem de confiança de Leandro Troech. O dono da pousada Paraíso perdido foi achado morto, com ferimento de tiro, em um dos quartos do empreendimento no dia 25 de fevereiro de 2022. A Polícia Civil da Bahia chegou a indiciar a mulher dele, Shirley da Silva Figueiredo, e a estelionatária Maqueila Santos Bastos por homicídio. As duas tinham um relacionamento, de acordo com as apurações comandadas pela Delegacia Territorial de Jaguaripe.

Shirley e Leandro. Foto: redes sociais 

"No caso em análise, entendo que devem ser acolhidas as razões do arquivamento requerido pelo Órgão Ministerial. Conforme apontou o representante do Ministério Público, inclusive com base nos elementos indiciários colhidos durante a investigação, não há comprovação de que as investigadas cometeram o crime de homicídio, estando ausentes os requisitos essenciais para suas responsabilizações", entendeu a juíza Camila Santana, em abril de 2023.

Maqueila, que tinha diversas passagens pela polícia por estelionato e conheceu a empresária enquanto ambas estavam presas, foi assassinada com crueldade em maio de 2023 no município de Canarana, Norte da Bahia. Até hoje, ninguém foi preso pelo crime. 

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