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Alvos de processo, PMs suspeitos de furtar celulares de torcedores em Salvador usavam câmera corporal

Data:
Jean Mendes

As vítimas disseram que estavam a bordo de um carro, modelo Kwid, quando foram paradas pelos PMs, na Estrada da Rainha, região da Liberdade

Alvos de processo, PMs suspeitos de furtar celulares de torcedores em Salvador usavam câmera corporal
Arquivo/Divulgação/SSP

A guarnição da Polícia Militar suspeita de furtar três celulares de torcedores do Vitória durante uma abordagem em Salvador usava câmera corporal. A informação consta em um documento, assinado no último dia 11 de fevereiro, que autoriza abertura de procedimento administrativo contra os sargentos Joseval Silva Santos e Pedro Fabiano Soares Batista. Também é envolvido no caso o soldado Carlos Geraldo de Jesus Almeida Júnior.

Não há informações se a abordagem foi filmada. Porém, a confirmação de que pelo menos o sargento Joseval usava o equipamento veio quando o comandante da 37ª Companhia Independente (CIPM/Liberdade) tomou conhecimento do furto e mandou fazer abordagem contra a própria guarnição.

As vítimas disseram que estavam a bordo de um carro, modelo Kwid, quando foram paradas pelos PMs, na Estrada da Rainha, região da Liberdade. Os homens relataram que foram agredidos e furtados. Teriam sido levados dois aparelhos da marca Apple, Iphones X e 14, além de um Xiaomi 12 Pro. Quando foram flagrados, porém, os policiais só entregaram o Xiaomi. O trio foi flagranteado e continua preso.

Agora, além de presos pela justiça comum, Joseval, Pedro e Carlos foram enquadrados no tribunal militar. Por até 60 dias, eles estão proibidos de usar armas e farda. O caso pode acabar na demissão do trio da corporação.

CASO

Os três policiais militares foram presos no sábado, 1º de fevereiro. Apuração do Portal do Casé aponta que a situação chegou ao conhecimento do comandante da unidade, que determinou buscas na viatura. O trio foi encaminhado para a Corregedoria.

No dia 3 de fevereiro, em audiência de custódia, o juiz Paulo Roberto Santos viu "indícios suficientes de autoria, bem como a prova da prática de crime militar". Segundo ele, "a liberdade dos militares flagranteados atenta contra a garantia da ordem pública vez que é um risco para a sociedade tais condutas, justamente praticadas por aqueles que deveriam coibir essas práticas".

"O fato repercute negativamente para a Polícia Militar da Bahia, visto que práticas como esta acabam por sugerir à opinião pública que os demais integrantes da Corporação também coadunam com tal situação, havendo portanto prova do delito e indícios suficientes de autoria, bem como necessidade da medida para garantia da ordem pública, uma vez que a comunidade sente-se insegura e com medo em face de atos como este", completou o juiz.

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