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Júri de mulher acusada de se juntar à namorada para matar homem de relação a três acontece nesta quinta em Salvador

Data:
Da redação

Rosilene e Gilmara foram presas em 2016, sob a alegação de ameaças contra testemunhas do processo

Júri de mulher acusada de se juntar à namorada para matar homem de relação a três acontece nesta quinta em Salvador
Divulgação

Começa nesta quinta-feira (29) o júri popular de Gilmara Sena das Mercês Silva. Ela é acusada de mandar matar o marido, Edson da Silva, no ano de 2014, em Salvador. No processo existe outra ré, Rosilene dos Santos Neiva. Os três se relacionavam, em um trisal, mas a Polícia Civil e o Ministério Público afirmam que as mulheres planejaram o assassinato da vítima para ficarem juntas. Rosilene não será julgada agora, porque seu advogado anexou nos autos do processo laudos e fotografias que indicam que ela teria esquizofrenia. 

O crime aconteceu no dia 14 de dezembro de 2014. Edson, que era eletricista, estava dirigindo o próprio carro, no Vale dos Barris, quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta. Um deles jogou ácido contra a vítima, que ficou internada cerca de cinco meses. O homem não resistiu às fortes dores. A filha dele, que tinha menos de 18 anos na época, também foi atingida pelo ácido.

Durante as apurações, a Polícia Civil descobriu que Edson havia sofrido uma tentativa de homicídio dias antes do crime no Vale dos Barris. Ele estava trabalhando em uma obra quando tomou uma pancada na cabeça. Porém, foi salvo pelo capacete.

Rosilene e Gilmara. Foto: Polícia Civil

Rosilene, em um de seus depoimentos à Justiça, confirmou participação no primeiro atentado. "Alega [no depoimento] que Gilmara a chamou para matar o marido, pois ela não o queria mais. Que foi ela quem procurou a pessoa que faria o serviço. Que a pessoa tinha a alcunha de 'Maluco'. Que Gilmara ofereceu R$ 1.000 e ele aceitou. Que foi Gilmara que informou onde era a obra que Edson estava trabalhando".

"Que 'Maluco' fez o serviço, mas Gilmara ligou depois e disse que nada tinha acontecido com Edson. Que Gilmara a chamou para tentar matar Edson de novo. Que recusou e por isso Gilmara terminou o relacionamento. Que Gilmara afirmou que continuaria tentando matar o marido porque tinha nojo dele", completou.

Já Gilmara sempre negou participação em ambos os crimes, como detalha um dos seus depoimentos. "A denunciada, ouvida em Juízo, por gravação audiovisual, em síntese, negou qualquer participação no fato ou na tentativa ocorrida dias antes. Alegou que Rosilene pedira R$ 3.000 emprestado a Edson, dizendo que era em razão de problemas familiares. Que Rosilene não pagou o dinheiro. Que Gilmara resolveu terminar o relacionamento, mas Rosilene não aceitou".

TESTEMUNHAS

Rosilene e Gilmara foram presas em 2016, sob a alegação de ameaças contra testemunhas do processo. Ambas foram soltas em 2017, para responderem em liberdade. No júri, todas as testemunhas devem depor, inclusive a filha de Edson e Gilmara. Ela falará a favor da mãe.

Outra testemunha tratada como chave é um mecânico, que teria sido procurado para cometer o assassinato contra o eletricista. Em um primeiro momento, ele não teria identificado Gilmara. "No início de do mês de novembro, não sabendo declinar a data exata, compareceram na oficina Rose e outra mulher, a qual não sabe o nome, apenas sabe informar que é alta, morena, cabelo médio, aproximadamente 32 anos, procurando saber do declarante se conhecia alguém que pudesse fazer um 'serviço' em um homem".

"Passado alguns dias, compareceu novamente Rose e a tal mulher, essa indagou novamente o declarante dizendo que não havia encontrado nenhuma pessoa de confiança para fazer o serviço e novamente perguntou se o declarante não podia fazer o serviço para ela", complementou ele, em juízo.  

Marcelo, porém, mudou o depoimento em seguida, identificando Gilmara como uma das mulheres que o procuraram na oficina. "A testemunha M.G. da P., ouvido em Juízo, afirmou que conhecia Rosilene, pois esta fazia serviço em seus carros. Que as duas juntas procuraram o depoente duas ou três vezes. Que foi Gilmara quem puxou o assunto, para saber se o depoente tinha uma pessoa de confiança para dar um susto em um rapaz. Que inicialmente não disseram quem era o rapaz, mas depois ficou sabendo que era o marido de Gilmara. Que o depoente não indicou ninguém. Que chegaram a conversar sobre valores, inicialmente, R$ 3.000, e depois, R$ 5.000".

ÁUDIO  

Um áudio atribuído a Rosilene será mostrado ao júri. No arquivo, ela diz que o amor que sente é “muito forte”. “O amor que eu tô sentindo hoje é muito forte. Você sabe que, quando uma pessoa tá amando muito, apaixonada, faz loucura para esse amor […]”. 

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