O juiz Matheus Oliveira de Souza manteve preso, agora de forma preventiva, o policial militar Edmilson Bispo da Silva. A decisão foi dada na terça-feira (31), segundo confirmou o Tribunal de Justiça da Bahia. O PM é acusado de matar o trabalhador rural Alberto Pereira, na zona rural do município de Queimadas, no Norte.
Edmilson, que é cabo, foi preso no dia 6 de setembro, em uma megaoperação da Polícia Civil. Os agentes deflagraram ações para cumprimentos de mandados de busca e apreensão. Horas depois, Bispo se apresentou na sede do Batalhão da PM em Itiúba, onde ele trabalhava. O homicídio ocorreu no dia 20 de julho.
De acordo com o TJ, o mandado de prisão foi prorrogado por 30 dias, em 4 de outubro. No dia 30, quando a prisão temporária de 30 dias já estava vencendo, o inquérito foi encaminhado à Justiça Pública, ou seja, ao juízo de direito da Comarca de Queimadas, juntamente com o pedido de representação pela decretação da prisão preventiva, formulado pelo Delegado de Polícia.
Na mesma data, informou ainda o Tribunal de Justiça, abriu-se vista ao Ministério Público para oferecimento de eventual Denúncia ou pedido de diligências complementares, estando o prazo ainda em curso para manifestação. Na última quinta, o juiz decretou a prisão preventiva. Na prática, agora não tem mais prazo para Edmilson Bispo ser solto.
A reportagem do Portal do Casé procurou a defesa do cabo acusado do crime, mas não obteve resposta.
ASSASSINATO
A reportagem do Portal do Casé apurou que Alberto estava saindo da lavoura, com seu irmão, quando foi surpreendido por dois homens, que estavam em um veículo. O cabo Bispo, que não usava nenhum tipo de capuz, teria mandado ambos correrem e atirou. Alberto morreu na hora, enquanto o outro rapaz conseguiu escapar. Ele é a principal testemunha.
Foi o pai deles dois, Adão, quem teve a coragem de denunciar. "Eu quero que a Corregedoria de Senhor do Bonfim veja isso. O policial Bispo matou o meu menino", gritou, em vídeo feito no momento em que o corpo ainda aguardava a remoção realizada pelo Departamento de Polícia Técnica. Essa imagem viralizou nas redes sociais.
Apuramos ainda que Alberto havia chegado há pouco tempo na Bahia, após passar anos trabalhando em lavouras de café em Minas Gerais. Nos festejos de Queimadas, ele se desentendeu com o PM Bispo. O cabo teria ficado com raiva e resolveu descontar dias depois. Tudo isso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Agora, os investigadores querem saber se outras pessoas estão envolvidas nesse e em outros homicídios ocorridos em Queimadas, Santaluz, Itiúba e Nordestina.
