A TV Record exibiu, na noite de domingo (27), uma reportagem que levantou dúvidas acerca da condenação dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, da Igreja Universal do Reino de Deus, no caso do garoto Lucas Terra. A matéria foi exibida no programa "Domingo Espetacular". Os dois integrantes da IURD foram ouvidos.
O material exibido pela Record, que é ligada à Igreja Universal, aponta que o primeiro preso pelo caso, Silvio Roberto Galiza, teria tentado fazer uma extorsão para mudar sua versão sobre o homicídio do menino. Foi por conta do primeiro depoimento de Galiza, em 2006, que Fernando e Joel começaram a ser investigados pela Polícia Civil da Bahia.
"Ele coloca a gente no lugar dele", resumiu Fernando Aparecido na reportagem da TV Record. "Acredito que, dentro dele [Galiza], tem esse ódio", completou Joel. A matéria exibida no domingo ouviu e pressionou o promotor Davi Gallo, do Ministério Público da Bahia. O órgão, inclusive, acusou Joel e Fernando pela execução de Lucas Terra.
Lucas Vargas Terra foi encontrado morto, carbonizado, dentro de uma caixa de madeira em Salvador, em 2001. Após diversas apurações, a Polícia Civil denunciou Silvio Galiza pelo homicídio. Ele, que teria uma obsessão doentia pelo menino, foi condenado em um júri popular e ficou preso. Em 2006, resolveu depor contra Fernando Aparecido e Joel Miranda.
Na versão de Galiza, que também era membro da IURD, Lucas Terra teria flagrado Joel e Fernando fazendo sexo dentro de uma das igrejas. Por isso, a dupla teria decidido executar o garoto. Na época, ela tinha 14 anos.
"Fui acordada [nesta segunda] com centenas de mensagens sobre essa matéria colocada no ar pela Record. Quero ter paz na minha vida. Eles insistem em fazer minha família sofrer. Quero que tudo isso acabe. Eu não aguento mais. Cada momento que eu passo da minha vida, me sinto com medo do que pode acontecer. O apoio de vocês é importante", disse, nas redes sociais, Marion Terra, mãe de Lucas.
Joel e Fernando foram condenados, no dia 27 de abril, a 21 anos de prisão. Foram três dias de julgamento. Os depoimentos mais aguardados foram os dos réus. Apesar disso, eles recorrem em regime aberto.
"Quero que esse sentimento passe. Estou no meu limite. Quero que eles sejam presos, só isso. É isso que vai acabar meu sentimento de dor. Eu agradeço a vocês, de coração", finalizou Marion.