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Madrinha de garoto achado morto após quase quatro anos de buscas desabafa: 'Coração doendo'

Data:
Jean Mendes

Davi Lima desapareceu em março de 2021. Somente em 2024, sua ossada foi localizada

Madrinha de garoto achado morto após quase quatro anos de buscas desabafa: 'Coração doendo'
Redes sociais

Madrinha do garoto Davi Lima, que estava desaparecido há 3 anos e oito meses, desabafou nas redes sociais após a confirmação de que uma ossada encontrada, em novembro, é do menino - que tinha 11 anos quando sumiu -. Joelma Maria postou um texto no Instagram, onde chamou a partida dele de "covardia". Ela ainda afirmou que nunca perdeu a esperança de encontrar o jovem. 

"[...] A ficha ainda não caiu. Sei que nossa morada não é aqui na Terra, mas a sua partida foi da pior forma que existe, a mais brutal, covardia. Hoje, sei que está ao lado de Deus junto com os anjos. Pedimos tanta resposta pra Deus, mas nunca estamos preparados para nada nessa vida, ainda mais uma brutalidade dessa. Sei que Deus está nos sustentado como sempre fez. A dor não tem dimensão. O coração está doendo muito", escreveu Joelma.

Na terça-feira (14), fontes da Polícia Civil confirmaram que uma ossada encontrada em um matagal de difícil acesso era de Davi. Os restos mortais foram achados em novembro de 2024 por vaqueiros, no povoado Varzinha das Olarias, em Itiúba. 

Oficialmente, a Polícia Civil não confirma, mas investigadores da Delegacia Territorial de Itiúba já têm certeza de que Davi foi assassinado. Ele desapareceu no dia 28 de março de 2021, quando saiu da casa da tia em direção à residência da avó. Apesar de morar em Salvador, ele era acostumado a andar pelo local.

VEJA O TEXTO DA MADRINHA, NA ÍNTEGRA

Três anos e oito meses, cada ligação, mensagem era uma esperança de ser notícias sua. No dia 22 de novembro, mais uma notícia que nos deixou mais angustiados. Vem a espera novamente, então chegou a notícia que ninguém quer acreditar .
Mas a ficha ainda não caiu. Sei que nossa morada não é aqui na Terra, mas a sua partida foi da pior forma que existe, a mais brutal. Covardia. Hoje, sei que está ao lado de Deus junto com os anjos. Pedimos tanta resposta pra Deus, mas nunca estamos preparados para nada nessa vida, ainda mais uma brutalidade dessa.
Sei que Deus está nos sustentado como sempre fez. A dor não tem dimensão. O coração está doendo muito.
Foram dias de buscas e resposta incansavelmente. A luta vai continuar, pois agora nos resta a justiça.
Obrigada, meu Deus, por ouvir cada pedido de oração. Está doendo muito, hoje eu sei que você não está sofrendo.
Vou te amar pra sempre. Agora restam nossos momentos de alegria.
Você tinha vontade de viver, crescer, como sempre você dizia: ‘ainda demora pra mim ser um homenzinho’. Sorria sempre e dizia: ‘você está crescendo e será um homenzinho mais lindo que existe’.
Nunca perdi a esperança de te encontrar, mais queria te abraçar, então não foi essa a nossa vontade.
Isso não foi permissão de Deus, pa Deus não permite tanta crueldade.
Sou grata a Deus por cada momento vivido com vc, agradeço a cada um que incansavelmente nos ajudou, principalmente nas orações.
Hoje não tenho palavras pra descrever tamanha dor.
Sei que um dia vamos nos encontrar .
Eu te amo muito.
Minha estrelinha mais linda.
Pra sempre minha razão.

TROCA DE DELEGADOS

Dentre os pontos que chamam a atenção neste caso está a constante troca de delegados durante o curso das investigações. A última foi Maria Elisa Padilha, exonerada do cargo no mesmo período em que a ossada foi encontrada. A Polícia Civil diz que ela teve questões de saúde. Em novembro, a titular do Departamento de Polícia do Interior (Depin), Rogéria Araújo, comentou sobre o assunto, em entrevista ao Portal do Casé.

"Desde que esse fato chegou ao conhecimento da Polícia Civil, em 2021, várias diligências [foram feitas] e vários delegados trabalharam nesse inquérito. Inicialmente, o coordenador regional, Felipe Néri, além do atual coordenador, Atílio Tércio. Pedimos apoio da delegacia de desaparecidos, do DHPP. Por fim, Elisa Padilha. Ela trabalhou pouco tempo no inquérito porque saiu de licença médica", revelou a titular do Depin.  

Padilha, no início de 2024, fez uma reconstituição do caso. "Assim que ela assumiu a delegacia de Itiúba, por orientação do coordenador, foi representado pela reconstituição. Nos últimos dias tivemos a surpresa de informação de moradores do local da localização de uma ossada humana, em uma área onde as buscas não chegaram. É uma área extensa de matagal. Na época, nada foi encontrado. Agora, foi achada essa ossada", completou Rogéria Araújo.
 

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