Um vídeo estarrecedor. Nas imagens, uma mulher incentiva um menino de 10 anos a se relacionar sexualmente com outra criança, uma menina, de 8. O caso logo ganhou repercussão em Salvador e vizinhos reconheceram as vítimas: eram moradoras do bairro de Castelo Branco. Na noite de terça-feira (29), três pessoas suspeitas de incentivarem a gravação - duas mulheres e um homem - foram agredidas por populares e acabaram presas.
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Os nomes dos presos não podem ser divulgados, até para não expor as crianças. De acordo com a Polícia Civil, o trio foi autuado por corrupção de menores, seguindo o Estatuto da Criança e do Adolescente. O Portal do Casé apurou que todos são parentes. As crianças são primas. O homem e uma das mulheres, pais de um deles. A outra suspeita, mãe da segunda criança.
Depois que as imagens repercutiram, a menina foi obrigada a dizer, também em um vídeo, que a situação era brincadeira. "A gente só estava brincando. Não estávamos fazendo nada demais. Somos primos", resumiu.
A tentativa de linchamento foi gravada por vizinhos. As imagens mostram os suspeitos tentando correr. Na confusão, um homem aparece com um facão. Policiais militares da 47ª Companhia Independente (CIPM/Pau da Lima) foram acionados e encerraram a pancadaria. A PM informou, por meio de nota, que os feridos foram encaminhados para uma unidade de saúde e, em seguida, para a Delegacia de Repressão a Crimes Contra Criança e Adolescente (DERRCA).
Depois da tentativa de linchamento, vizinhos invadiram a casa onde a família vivia. Dentro, uma situação deprimente a qual as crianças eram obrigadas a passar: insetos espalhados pelo imóvel, inclusive na alimentação.
ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO
As crianças devem ser acompanhadas por assistentes sociais. Mas o que explica uma mãe ser capaz de fazer isso com os próprios filhos, envolvendo a irmã e o marido? O psicólogo Gabriel Reis é categórico: a suspeita não tem "estrutura mental o suficiente para educar e criar os seus filhos emocionalmente saudáveis".
"Em uma situação de abuso sexual, exposição, estimulação precoce da sexualidade, o ser humano pode passar e desenvolver vários problemas na sua vida mediante a situações traumáticas que envolvem a sexualidade. No caso do garoto, o que é que garantiria que ele, enquanto futuro adulto, não poderia pensar que teria direito de abusar e atravessar o limite da barreira de respeito das mulheres?", questiona o psicólogo.
"É uma situação em que nos chama muito atenção ao mesmo tempo que gera uma revolta pela falta de estrutura mental suficientes e básicas da mãe que cria as crianças. Portanto, é importante que você, pai, mãe, ficar atento a qualquer tipo de abuso que seus filhos possam ser expostos. É importante manter uma barreira de observação, acompanhamento, do que eles assistem, com quem anda", orienta o especialista.