Quatro homens morreram e oito foram presos durante megaoperação da Polícia Civil em Salvador e outras duas cidades baianas, nesta quarta-feira (19).
Batizada de "Reciclagem", a ação busca cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra integrantes de grupos criminosos com atuação em Pau da Lima, Vila Canária, Vale dos Lagos e Castelo Branco, além de Presidente Tancredo Neves e Alagoinhas.
Sete ordens judiciais foram cumpridas no sistema prisional e oito suspeitos presos na capital. Outros quatro investigados resistiram à abordagem policial. Houve confronto e eles ficaram feridos, sendo socorridos para uma unidade hospitalar, onde já chegaram sem vida.
Entre os alvos, segundo a Polícia Civil, estão lideranças criminosas que desempenham papel estratégico nas quadrilhas, articulando ataques a grupos rivais e coordenando atividades ilícitas. Os suspeitos são investigados pelos crimes de tráfico de drogas, homicídios e roubos de veículos.
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INVESTIGAÇÕES
Apurações da Polícia Civil apontaram que o grupo tem envolvimento nas mortes de Anderson dos Santos Nascimento Filho, ocorrida em março de 2023 em Vila Canária, a qual desencadeou a operação; de Jefferson Figueiredo dos Santos, uma criança de 11 anos, em novembro de 2023, naquele mesmo bairro; de Cristiano Santos Reis, em São Marcos; e de Paloma Assis São Pedro, em Tancredo Neves.
Joseci Alves dos Santos, Breno Yuri dos Santos de Jesus, Jeferson Santos de Jesus e Leonardo Souza Reis também foram vítimas da quadrilha. Os crimes ocorreram em 2024 e têm relação com o tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil.
Um dos líderes do grupo, identificado como Luís Cláudio dos Santos Passo, foi localizado na cidade de Presidente Tancredo Neves. Ele resistiu à prisão e morreu durante confronto com os policiais.
O “braço direito” de Luís Cláudio, Israel de Jesus dos Santos, e os gerentes da quadrilha, Leonardo Oliveira Rebouças e Erick de Carvalho Rodrigues, foram alcançados em Vila Canária e também confrontam com as equipes. Roberto Rivelino Miranda de Oliveira, apontado como “puxador de bonde”, foi localizado em Castelo Branco e morreu durante troca de tiros com os policiais.
OPERAÇÃO
A operação contou com 64 equipes e tem a participação dos Departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Especializado de Investigações Criminais (Deic), de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Polícia Metropolitana (Depom) e de Inteligência Policial (Dip), além das Coordenações de Operação e Recursos Especiais (Core) e de Polícia Judiciária (COPJ).
A ação também conta com o apoio de equipes da Polícia Militar e do Grupamento Especializado em Operações Prisionais (GEOP) da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), totalizando 344 policiais envolvidos nos cumprimentos dos mandados.