Ciúme não foi a motivação para a morte da cantora Sara Mariano. Pelo menos é o que sustenta o Ministério Público da Bahia, que apresentou denúncia à Justiça contra os quatro acusados, na quarta-feira (20). De acordo com o MP, o grupo queria utilizar a estrutura da vítima para lançar a carreira de Victor Gabriel Oliveira Neves, um dos presos.
Segundo a denúncia, a execução, cometida no dia 24 de outubro, tinha o objetivo de “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente”.
Foram denunciados o marido de Sara, Ederlan Santos Mariano; Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque; Gideão Duarte de Lima e o próprio Victor. No mesmo momento, o Tribunal de Justiça da Bahia converteu a prisão deles em preventiva.
Com base nas informações e provas contidas nos autos, a denúncia afirma que Ederlan seria o principal interessado e mentor da morte de sua esposa, “tendo planejado e controlado as ações dos demais denunciados”. Ederlan havia pago R$ 2 mil para Zadoque, Victor e Gideão, e repassaria R$ 15 mil, quando as economias de Sara fossem encontradas.
O MP sustentou ainda que havia também a promessa de recompensa, “que seria o sucesso e fama artística, pois os denunciados eram pregadores, produtores, cantores e músicos com intensa penetração nas redes sociais” e contavam com a promessa de Ederlan de disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos executores da morte de Sara.
OUTROS PONTOS
Reportagem do Portal do Casé na quarta mostrou que, na decisão que manteve os quatro presos, a juíza Marina Lemos de Oliveira Ferrari levou em consideração os depoimentos dos acusados e de testemunhas. Todos foram enfáticos ao afirmar que foi Ederlan quem planejou a morte da própria esposa.
A reportagem teve acesso ao documento que confirma a prisão preventiva dos quatro. Ele traz detalhes que já tinham sido divulgados sobre a morte de Sara Mariano, mas que só agora foram confirmados pela Justiça. O texto cita que, no dia 24 de outubro, Ederlan foi à delegacia comunicar o desaparecimento da própria esposa. Um dia depois, porém, ele levou o celular da esposa para ser formatado.
O texto ainda traz outro detalhe: de que Ederlan ameaçou o homem que teve um relacionamento extraconjugal com a cantora. O nome dele será preservado.