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Operação Urtiga: PMs investigados por formação de grupo de extermínio voltam ao trabalho

Data:
Jean Mendes

A segunda fase da Operação Urtiga foi desencadeada em outubro de 2023, quatro meses após a primeira

Operação Urtiga: PMs investigados por formação de grupo de extermínio voltam ao trabalho
Divulgação/SSP

Três policiais militares investigados no âmbito da Operação Urtiga voltaram ao trabalho em março. A informação foi confirmada por fontes da própria corporação. Segundo apuração do Portal do Casé, os cabos Vagner Carneiro Firmo e Roger Gilliard Simões dos Santos, além do soldado Edson Araújo Bandeira, continuam lotados na 5ª Companhia do 12º Batalhão (BPM/Serrinha), situada em Santaluz.

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A segunda fase da Operação Urtiga foi desencadeada em outubro de 2023, quatro meses após a primeira. A ação, da Corregedoria da Secretaria da Segurança Pública em parceria com o Ministério Público, investiga um grupo de extermínio, que também estaria praticando extorsão mediante sequestro na região dos municípios de Santaluz, Valente, Santa Bárbara, Cansanção, Nordestina e Conceição do Coité.

Além dos três PMs que voltaram às ruas, estão envolvidos no processo o também cabo da reserva remunerada, Wilton dos Santos Barbosa, e os policiais civis Getúlio Paranhos, delegado; e Sormane de Lima Souza, investigador.  A Polícia Civil não confirma se, oficialmente, o delegado e o investigador voltaram a trabalhar. Nesta quarta-feira (13), porém, a delegada geral Heloísa Campos de Brito instaurou um Processo Administrativo Disciplinar para apurar a conduta de Getúlio Paranhos.  

O Portal do Casé procurou oficialmente a Polícia Militar. Por meio de nota, a corporação se limitou apenas a informar que os policiais Firmo, Gilliard, Wilton e Bandeira respondem a Processos Disciplinares. A reportagem, porém, confirmou que o PAD foi instaurado em agosto. Na época, a corregedoria da PM deixou o quarteto sem as armas e fardas por até 60 dias, que não foram prorrogados. Além disso, a Justiça da Bahia também afastou todos os envolvidos na Urtiga dos trabalhos por 180 dias.

Também procuramos, mais de uma vez, o advogado de quatro dos acusados, Leonardo Guimarães, para que ele comentasse a volta aos trabalho do trio. Ele, porém, não deu retorno às mensagens. 

URTIGA

Um dos fatos que está sendo apurado nesse processo é o homicídio que vitimou o empresário Rodrigo Oliveira de Jesus, encontrado dentro de um carro carbonizado na zona rural em Cansanção, em março de 2022. De acordo com o PM, os seis acusados atuaram em conjunto para cometerem o assassinato, com requinte de crueldade. O delegado Getúlio, inclusive, era titular da Delegacia Territorial da cidade.

Além dos policiais, também foram envolvidos no processo River Marlos da Silva Santos e Cleilton Oliveira de Souza, o "Neguinho Garimpeiro".

Na segunda fase da Urtiga, em outubro, Sormane foi preso. Além disso, foram apreendidas, durante cumprimento de mandatos, seis pistolas dos calibres 380 e .40, mais de 100 munições, carregadores balísticos e celulares. Parte dos seis acusados já tinha sido alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos na primeira fase, na região de Cansanção.

Também em outubro, a reportagem do Portal do Casé conversou com o advogado Leonardo da Silva Guimarães, que representa todos os policiais, exceto o cabo Wilton. Ele refutou a tese da acusação. "É um 'disse que me disseram'. Nenhum elemento comprova os policiais na cena desse crime. Não há provas robustas. Processualmente falando, uma medida de prisão é muito estranha para isso", comentou.

O advogado classificou os investigados como bons policiais. "A força correcional [da Secretaria da Segurança Pública] não conseguiu trazer nada. É a maior conjectura que já vi na vida. Isso é um desestímulo à atividade policial atuante. O processo fala ainda de uma suposta testemunha que fala em outras. Os policiais têm fichas irretocáveis e, de uma hora para outra, tiveram as vidas reviradas", complementou Guimarães.

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