Um sargento da Polícia Militar foi demitido da corporação após cometer assalto em uma joalheria junto com dois irmãos. O crime aconteceu no município de São Félix do Coribe, Oeste da Bahia, em dezembro de 2021, e deu um prejuízo de pouco mais de R$ 750 mil. A decisão sobre a demissão foi confirmada no último dia 4 de dezembro, segundo fontes do Portal do Casé.
De acordo com o processo que corre no Tribunal de Justiça da Bahia, foi o então sargento Nivaldo Francisco da Silva quem planejou a ação. Seus irmãos, Edvan Francisco da Silva e Edinaldo Francisco da Silva, praticaram o assalto.
Segundo o TJ, "os denunciados chegaram ao local de moto e estacionaram em frente ao estabelecimento, um deles entrou na loja e, ainda de capacete, sacou uma arma de fogo e anunciou o roubo. Em seguida, o outro denunciado entrou, também de capacete". Relógios, celulares, joias e semijoias foram levados. O que chamou a atenção foi que o PM esteve no comércio dias antes do crime.
Após meses de investigações, a Polícia Civil chegou ao trio e conseguiu recuperar parte da mercadoria. Um dos anéis roubados da loja foi encontrado no apartamento da namorada do policial militar. Ela, inclusive, teria confirmado que recebeu de presente.
Na época, os investigadores também chegaram a dizer que o trio também era responsável por outro assalto, também contra uma loja de diamantes, na cidade de Santa Maria da Vitória.
JUSTIÇA
Nivaldo, Edvan e Edinaldo foram presos em maio de 2022. Em julho de 2023, o Tribunal de Justiça da Bahia entendeu que o trio deveria ter liberdade provisória decretada.
"findou-se a fase de instrução, não havendo mais em se falar em riscos a instrução criminal, e considerando também o lapso temporal em que os acusados encontram-se recolhidos, bem como o excesso de prazo", sustentou o juiz William Bossaneli Araújo.
O magistrado, porém, elencou pontos que devem ser seguidos pelos acusados, a exemplo de proibição de frequência a bares, casas noturnas, prostíbulos e estabelecimentos similares; não sair da Comarca por mais de oito dias, sem comunicar no Cartório o local onde se encontrará; recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga; entre outros.
A reportagem do Portal do Casé procurou a defesa dos irmãos, que não foi localizada. No processo, porém, o advogado deles alega que o trio são pessoas "humildes e trabalhadoras".
"Os Suplicantes, pessoas perigosas como estão sendo acusadas, ricas, pois fazem roubos de milhões, vem a este juízo juntar documentos que comprovam que os mesmos são pessoas humildes, trabalhadoras, que não existem argumentos e nem provas suficientes para manutenção de suas prisões", escreveu o advogado ao juiz.
"Demonstram claramente MM Juiz que não existe riquezas, dinheiro, nada que comprova a participação dos dois suplicantes nos supostos crimes praticados pelo terceiro acusado. O primeiro acusado - o senhor Nivaldo possui em mais de 20 anos de carreira na policia um lote apenas, o segundo Réu, não possui nada, reside em casa do governo", argumentou.