A Polícia Militar puniu com 30 dias de prisão administrativa o cabo Danilo Augusto Oliveira Machado, lotado na 31ª Companhia Independente (CIPM/Valéria). Ele estava sendo investigado por agredir um contador, que nunca quis se identificar. O caso aconteceu em junho de 2024 e as imagens da situação se tornaram virais, na época.
A decisão foi assinada no último dia 17 de março, pelo então comandante-geral da corporação, coronel Paulo Coutinho. No decorrer do Processo Administrativo Disciplinar, o contador disse ter poucas lembranças do que ocorreu naquele dia. Ele sustentou que estava no bar com alguns amigos, quando o cabo Danilo lhe mostrou insistentemente fotos do grupo musical Mamonas Assassinas, alvo de uma tragédia aérea. A vítima então teria dito ao PM que aquelas imagens eram feias, o que teria despertado a ira do militar.
Já o cabo Danilo contou, também no decorrer do processo, que pediu uma opinião do amigo do contador sobre o acidente aéreo. Ele admite que insistiu no questionamento, falando sobre questões técnicas do desastre. De acordo com ele, porém, a vítima das agressões teria se irritado e ameaçado quebrar seu celular. O cabo argumentou ainda que levou cinco socos no rosto, e que não viu outra alternativa, senão imobilizá-lo.
O advogado do PM ponderou que as acusações eram infundadas, e que ele agiu sob excludente de ilicitude em razão da legítima defesa. A comissão processante da Polícia Militar entendeu o contrário: "condutas extremamente violentas, desumanas, humilhantes e desproporcionais advindas de um agente do Estado que foi forjado para proteger e não para praticar violência contra os cidadãos", escreveu. Agora, o cabo deve ficar detido no Batalhão de Choque.
O contador agredido, inclusive, é sobrinho do tenente-coronel aposentado da corporação, Paulo Roberto. O oficial, inclusive, foi colega de turma do então comandante-geral, Paulo Coutinho. "Eu mandei mensagem para Coutinho e ele me ligou. Já tinha visto as imagens e determinado abertura de apuração do caso sem saber que era meu sobrinho", disse Paulo Roberto ao Portal do Casé na época do crime.