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PRFs presos na 'Puritas' cobravam até R$ 2 mil por quilo de cocaína transportada para o Comando Vermelho

Data:
Jean Mendes

Quinze pessoas foram identificadas como membros da quadrilha e estão atrás das grades

PRFs presos na 'Puritas' cobravam até R$ 2 mil por quilo de cocaína transportada para o Comando Vermelho
Diego e Raphael - redes sociais

O policial rodoviário federal Diego Dias Duarte, preso em operação da Polícia Federal, cobrava até R$ 2 mil por quilo de cocaína transportada para o Comando Vermelho. É o que aponta o inquérito da "Operação Puritas". Detalhes da ação foram divulgados nesta segunda-feira (18) pelo colunista Tácio Lorram, do Metrópoles. Além dele, foram presos na Bahia o cabo Francisco de Assis Araújo Melo e advogado Rafael Dias Andrade Cunha. Outras 12 pessoas foram identificadas como membros da quadrilha e estão atrás das grades.

A operação da PF foi deflagrada no dia 7 de julho. Segundo os investigadores, por meio de interceptações telefônicas, Diego Dias e o também PRF Raphael Angelo Alves da Nóbrega eram responsáveis por transporte de cocaína para o Comando Vermelho. Os policiais respondiam ao traficante José Heliomar de Souza - líder do CV em Porto Velho.

A PF também levantou que os PRFs, além do transporte da cocaína, tinham a função de levantar informações da corporação para que cargas da organização não fossem apreendidas. Por outro lado, eram responsáveis pela realização de apreensões e prisões de drogas ligadas às facções rivais. Parte do material apreendido por Diego e Raphael não era apresentado às autoridades competentes, mas repassado para Heliomar. Isso fez a "organização crescer de forma rápida", destacou a PF.

Para despistar os próprios colegas, os PRFs alugavam carros para o transporte da cocaína, que geralmente era levada para o Ceará. Em julho de 2023, Raphael foi preso carregando 542 kg de cocaína em Canarana, no Mato Grosso.

Também foi identificado, no âmbito da mesma ação, que PMs participavam do esquema. Um deles é o baiano Francisco de Assis Araújo Melo, lotado no Batalhão de Euclides da Cunha e preso na "Puritas". Assim como Raphael, ele já foi preso. O cabo foi localizado em 2022 em Icó, no Ceará. Com ele, a Polícia Rodoviária Federal achou R$ 700 mil em dinheiro, além de munições e armas. Por conta disso, ele chegou a responder a um Processo Administrativo Disciplinar no âmbito da corporação baiana.

Além de Diego, Raphael, Rafael e Francisco, estão presos José Heliomar de Souza; o cabo da PMRO, Roberte Paulo Aguiar; o sargento da PMRO Gedeon Rocha de Almeida; Suziele Gomes de Oliveira; Emerson Miranda Santos; Lucas Acácio Botelho; Thiago Silva Duarte; Thiago Rodrigues Pinheiro; Matheus Lourenço de Oliveira; Rafael Assunção Gadelha; e Lucas Lourenço de Oliveira 

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