WhatsApp

Rifas, vendas e mais: cinco PMs influenciadores recebem processos; Matos é afastado

Data:
Jean Mendes

Desta vez, segundo apuração do Portal do Casé, são cinco nomes que vão responder na corregedoria por utilizarem as redes sociais para rifas, jogos e publicações

Rifas, vendas e mais: cinco PMs influenciadores recebem processos; Matos é afastado
Redes sociais

A Polícia Militar da Bahia, mais uma vez, abriu Processos Administrativos contra policiais influenciadores. Desta vez, segundo apuração do Portal do Casé, são cinco nomes que vão responder na corregedoria por utilizarem as redes sociais para rifas, jogos e publicações que, ao ver da corporação, estão em desacordo com a legislação. A decisão foi assinada pelo comandante-geral, coronel Paulo Coutinho, no Boletim Geral do último dia 3 de novembro.

Com mais de 108 mil seguidores, o soldado Luan Ribeiro de Almeida Matos vai responder a um Processo Administrativo Disciplinar. Segundo a PM, ele publicou em seu Instagram, junto com o também influenciador PM Diego Santana Correa Oliveira, a divulgação de um podcast, utilizando arma de fogo e uniformes "semelhantes ao da PM". Além disso, o soldado Matos, na mesma rede social, ofereceu uma bolsa de estudos para cursinho; fez propaganda de um restaurante, com uma foto uniformizado em seguida; e indicou uma loja de perfumes.

LEIA TAMBÉM: Polêmica dos PMs influenciadores: com 110 mil seguidores, Alexandre "Tchaca" chama processos de “retaliações”

"Além de utilizar sua rede social para fins comerciais, Matos também a utilizou para promover rifas, a exemplo das postagens entre os dias 06 a 28Jun23, quando postou fotografias e vídeos divulgando uma rifa intitulada ‘Guerreiros da Sorte’, e o jogo de azar denominado 'Fortune Tiger', onde prometia retornos financeiros aos participantes, práticas que são tipificadas como contravenções penais", sustenta o texto da PM.

Além disso, a PM elencou outras situações que teriam sido feitas por Matos na sua rede social. "O acusado proferiu comentários e posicionamentos que provocam danos à sua imagem como policial, passando a ideia de um profissional truculento, fazendo apologia a letalidade policial e incentivando de maneira pejorativa a prática [...]", sustenta a denúncia.

"Matos postou, na mesma rede social, um vídeo com duração de 02min11s, proferindo comentários sobre matéria jornalística que trata de recomendação do Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União para criação de normas para uso das redes sociais para policiais militares, argumentando que os Órgãos tem medo da ascensão dos policiais militares em cargos como Deputados, Senadores, mesmo afirmando que não tem pretensões políticas, questionando se tais medidas seriam uma espécie de censura", enumerou.

Por conta disso, o soldado influenciador está afastado de suas funções, e fica proibido, temporariamente, de usar uniforme e armas pelo prazo de trinta dias, prorrogável por igual período.

MAIS CASOS

A reportagem do Portal do Casé apurou ainda que, somente na mesma publicação, o coronel Paulo Coutinho autorizou a investigação de outros quatro PMs por práticas parecidas com as de Matos. São eles: os soldados Marco Prisco, Clézio Lins, Vânia Luisa Bezerra de Oliveira e a aluno oficial Layz da Cruz Souza.

Marco Prisco. Foto: divulgação 

Prisco, que já foi deputado estadual, vai responder a um Processo Disciplinar Sumário por, no Instagram, criticar o planejamento da “Operação Paz”, idealizada pelo Governo da Bahia em convênio com o Governo Federal. Já Lins também recebeu um PDS, desta vez por, segundo a corporação, "atribuir a um ex-PM o fato de registrar na Corregedoria da PMBA notícias inverídicas contra o acusado, como a de ter disparado contra ele e de participar de um grupo criminoso responsável por praticar esbulho possessório [...]".

Também responderá um PDS a soldado Vânia - com mais de 57 mil seguidores só no Instagram - por, de acordo com a Polícia Militar, "postar vídeos e fotografias de forma alternada e habitual na rede social Instagram, realizando propaganda de diversos produtos, utilizando uniforme da Corporação e colete em desacordo com as atuais diretrizes do RUPM, gravado durante o expediente e nas dependências da 48ªCIPM/Sussuarana [...]".

Por fim, a aluno oficial Lays responderá por ter "realizado postagens de forma rotineira e intercalada, nas quais aparece utilizando o uniforme da PMBA e no interior de dependências militares, além de fazer propagandas de produtos diversos e falar de temas institucionais no perfil do Instagram". 

Tenha notícias
no seu e-mail