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Secretário comenta situação de PMs influenciadores que respondem a processos: "Tem que ser respeitada a instituição"

Data:
Jean Mendes

O titular da SSP garantiu, nesta terça-feira (5), que as forças do estado têm acompanhado a atividade dos agentes no Instagram e TikTok

Secretário comenta situação de PMs influenciadores que respondem a processos: "Tem que ser respeitada a instituição"
Alberto Maraux/divulgação/SSP

O secretário da Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, comentou sobre a polêmica dos policiais influenciadores que têm recebido processos administrativos, principalmente da Polícia Militar. O titular da SSP garantiu, nesta terça-feira (5), que as forças do estado têm acompanhado a atividade dos agentes no Instagram e TikTok.

"Cada força tem seu regramento próprio, que rege a questão do uso da mídia, da exposição do policial, da farda, porque tem que ser respeitada a instituição policial. A gente sabe que tanto a Polícia Militar, quanto a Polícia Civil, quanto o Bombeiro Militar têm observado e adotado as medidas, se foram infringidas qualquer tipo de legislação interna", disse durante entrevista do Portal do Casé.

PROCESSOS

Reportagem postada pelo Portal do Casé no dia 6 de outubro expôs a situação e mostrou que a PM da Bahia tem investigado agentes, geralmente praças - soldados, cabos, sargentos e subtenentes -, que possuem influência nas redes sociais, principalmente o Instagram.

A portaria violada, por exemplo, proíbe, "fazer uso do uniforme, da identidade visual da PMBA ou usar sua condição de policial militar ferindo os princípios da ética, dos valores, dos deveres, o pundonor policial militar e o decoro da classe". O caso que ganhou mais repercussão foi o da soldado Alba Valéria Pereira de Mattos Morais, que possui mais de 50 mil seguidores somente no Instagram.

Mas Alba não é a única. Também estão respondendo a processos os também soldados Clezio Santana Lins (28 mil seguidores no Insta); Flora Thais Machado do Nascimento (498 mil); Marco Prisco (118 mil), além do cabo Alexandre Santos da Conceição (16 mil) e do sargento Ivan Leite (25 mil). Em um desses processos, ainda são citados os soldados Lázaro Alexandre e Jefferson Silva França (42 mil seguidores).

Clezio; Ivan Leite; Alexandre Santos e Alba Valéria

Clézio Santana Lins, inclusive, foi afastado das atividades operacionais por contar em um podcast detalhes de uma abordagem a um casal que estava mantendo relações sexuais dentro de um veículo. De acordo com a denúncia, ele "maculou a imagem da corporação" ao contar, no podcast "Só Vem", os detalhes da abordagem ao casal.

Durante a conversa, Clézio relatou que um integrante de sua guarnição insistiu em abordar o casal que estava fazendo sexo e levou a calcinha da mulher. “Qual foi 'homi', deixa o casal lá”, afirmou o soldado Lins no dia da ocorrência, relembrado no podcast. Seu colega, porém, disse: “É, ela vai, mas vai voltar sem calcinha”. “Porque?”, retrucou Lins. “Eu trouxe a calcinha (risos)”, respondeu o outro PM.

NOVAS AÇÕES 

No início de novembro, mais policiais entraram na mira da Corregedoria. Com mais de 108 mil seguidores, o soldado Luan Ribeiro de Almeida Matos vai responder a um Processo Administrativo Disciplinar. Segundo a PM, ele publicou em seu Instagram, junto com o também influenciador PM Diego Santana Correa Oliveira, a divulgação de um podcast, utilizando arma de fogo e uniformes "semelhantes ao da PM". Além disso, o soldado Matos, na mesma rede social, ofereceu uma bolsa de estudos para cursinho; fez propaganda de um restaurante, com uma foto uniformizado em seguida; e indicou uma loja de perfumes.

Luan Matos e Flora. Foto: redes sociais

A reportagem do Portal do Casé apurou ainda que o coronel Paulo Coutinho autorizou a investigação de outros quatro PMs por práticas parecidas com as de Matos. São eles: os soldados Marco Prisco, Clézio Lins, Vânia Luisa Bezerra de Oliveira e a aluno oficial Layz da Cruz Souza.

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