Uma advogada, um policial militar e outras 15 pessoas presas. Esse é o balanço da operação "Skywalker", deflagrada nesta quarta-feira (30) na Bahia e em outros estados. Além das prisões, segundo a Polícia Civil, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, com ações concentradas nos municípios baianos de Feira de Santana, Salvador, Lauro de Freitas e Muritiba, além de Brasília, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.
A ação tem como foco a desarticulação de uma organização criminosa com atuação interestadual. Os investigados respondem por crimes relacionados ao tráfico de drogas e ao comércio ilegal de armas, tendo como principal base Feira de Santana. Ao longo das apurações, segundo a Polícia Civil, foram identificadas conexões interestaduais, além de movimentações financeiras suspeitas envolvendo interlocutores ligados ao crime organizado.
Os nomes dos alvos não foram revelados. A advogada presa movimentou, em contas pessoais, mais de R$ 6,8 milhões. As análises financeiras demonstraram relações suspeitas com diversas lideranças do grupo, o que reforça a estrutura organizada e profissional da atuação criminosa.
Outra mulher foi capturada no aeroporto de Brasília, com apoio da Polícia Federal. Ela havia embarcado no Rio de Janeiro, cidade onde residia, no Complexo do Alemão. A suspeita, segundo a Polícia Civil, atuava diretamente na coordenação das atividades ilícitas do companheiro, considerado o chefe do grupo, que, mesmo custodiado em um presídio federal, continuava dando ordens à quadrilha com apoio direto da mulher.
As investigações também revelaram também o envolvimento de um policial militar aposentado, apontado como elo entre os fornecedores de armamentos e os membros da organização criminosa. O bairro da Queimadinha funcionava como um dos principais pontos operacionais do grupo.
Como parte das medidas judiciais foram bloqueados mais de R$ 84 milhões em contas bancárias, sendo R$ 34 milhões em nome de pessoas físicas investigadas e R$ 50 milhões vinculados a empresas de fachada utilizadas para movimentações ilícitas.
Mais de 200 policiais civis participam da operação, que conta com o apoio de unidades especializadas como Draco/DF, Draco/MS, Delegacia Regional de Corumbá/MS, FICCOs da Bahia e do Rio Grande do Norte, FORCE, além do Exército. A ação é coordenada pela Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (RENORCRIM).