O Aeroporto Internacional de Salvador passou a operar, a partir desta quarta-feira (26), a primeira rota regular da América Latina utilizando combustível sustentável de aviação, o SAF. Produzido a partir de resíduos como óleo de cozinha usado, óleos vegetais, restos agrícolas e gorduras residuais, o biocombustível reduz em até 80% as emissões de gases de efeito estufa e pode ser usado sem qualquer adaptação nas aeronaves ou no sistema de abastecimento.
O anúncio foi feito pelo governador Jerônimo Rodrigues, ao lado do CEO da Vibra Energia, Ernesto Pousada, e do CEO da Vinci Airports, Julio Ribas.
Duas partidas diárias de Salvador para Brasília e São Paulo já utilizam a mistura de 10% de SAF com 90% de querosene de aviação (QAV). A operação, fruto de parceria entre o Governo da Bahia e a Vibra, inclui o fornecimento inicial de 5 milhões de litros do combustível. A empresa pretende ampliar gradualmente a proporção de SAF até chegar a 50%, alinhada a padrões internacionais.
Durante a cerimônia, o governador ressaltou o protagonismo da Bahia na agenda ambiental. Ele afirmou que o estado consolida sua posição como referência em energia renovável, agora também na aviação sustentável.
Ernesto Pousada destacou que o SAF é hoje uma das principais alternativas globais para reduzir a pegada de carbono da aviação, e que iniciar essa operação em Salvador reforça a capacidade da Bahia de liderar a transição energética nacional.
Julio Ribas afirmou que o marco coloca o terminal baiano em novo patamar no cenário internacional, combinando eficiência operacional e responsabilidade climática.
Estrutura
O primeiro abastecimento marcou oficialmente a entrada de Salvador no circuito global de aeroportos aptos a operar com combustíveis sustentáveis. A estrutura conta com tanque exclusivo instalado pela Vibra e protocolos reforçados de segurança. A Secretaria da Fazenda da Bahia concedeu regime tributário especial para viabilizar a operação, garantindo o recolhimento do ICMS pela própria empresa.
Com a novidade, a capital baiana se alinha a países que já adotam metas obrigatórias de mistura de biocombustíveis, como os membros da União Europeia e os Estados Unidos.
A iniciativa integra o Programa de Transição Energética da Bahia, que acelera licenciamento ambiental, oferece incentivos fiscais e estimula cadeias de biomassa, e-fuels e biorrefinarias. O estado amplia sua capacidade de atrair investimentos, novas rotas e oportunidades econômicas, reforçando seu lugar como polo nacional de energias renováveis.