Em uma das últimas entrevistas, Divaldo Franco deu lições de vida que podem ficar por muito tempo. Ao jornalista Casemiro Neto, há dois anos, o líder espírita falou sobre sonhos, mundo espiritual e seus arrependimentos. O baiano morreu na terça-feira (13), aos 98 anos.
"A Terra é uma cópia do mundo espiritual. Ao invés de se pensar que tudo que tem aqui, tem lá, deve se pensar que nem tudo que tem lá, tem aqui. Lá, é o mundo das ideias, como dizia Platão. Aqui, é o mundo da forma, de que o pensamento se aglutina. Mas nós não saímos nesse mundo das ideias nos períodos do sono fisiológico, em determinados êxtases e, também, com doenças das terríveis, enfermidades que mostram a morte cerebral, mas não da vida", pontuou.
Natural de Feira de Santana, Franco dedicou quase que a vida inteira ao Centro Espírita Mansão do Caminho. Na entrevista concedida a Casemiro Neto, se mostrou um homem consciente de seu papel no mundo, transformando pessoas também pela educação.
"O ser-humano não tem a coragem de autoanalisar-se. Por isso, ele não sabe para que está aqui, qual o objetivo da vida e o que lhe torna pleno. Na hora em que descobri o evangelho de Jesus, na sua plenitude, mudei completamente. Eu tinha 17 anos e me tornei um homem novo, cheio de esperança. Até mesmo a dor eu abençoo. É uma forma que tenho dívidas a resgatar. É feliz aquele que resgata", contou, ainda, o líder espírita.
Perguntado se tinha arrependimentos na vida, o líder espiritual foi categórico: "Vários. Alguns deles eram resultado da imaturidade. Pensei que o melhor caminho a trilhar seria aquele. Às vezes, tentando ajudar, mas não era a ajuda que a pessoa necessitava. Às vezes, dizer não é sabedoria. Outras vezes, me equivoquei porque analisei de uma forma pensada. A bênção que guardo é que nunca prejudiquei a ninguém conscientemente".
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