Os quatro homens acusados de pendurar um boneco com a camisa do atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid, em uma ponte nos arredores de Madri, em janeiro de 2023, aceitaram um acordo judicial que estabelece penas de até 22 meses de prisão. A condenação, no entanto, não resultará em reclusão, já que todos são réus primários e, pela legislação espanhola, penas inferiores a dois anos podem ser convertidas.
O acordo, firmado com a Promotoria e que será transformado em sentença pelo juiz, inclui o reconhecimento de culpa por crimes contra os direitos fundamentais e as liberdades públicas, além de ameaças. Três dos acusados foram condenados a 14 meses, e o quarto, responsável por divulgar a imagem do boneco nas redes sociais, a 22 meses.
Segundo a investigação, os quatro fazem parte da Frente Atlético, torcida organizada do Atlético de Madrid. Como parte do acordo, eles assinaram uma carta de desculpas destinada a Vinícius Júnior, ao Real Madrid, à LaLiga e à Federação Espanhola de Futebol. Também serão obrigados a participar de um programa de reeducação sobre igualdade e não discriminação.
Além disso, os condenados pagarão multas e não poderão se aproximar de Vinícius nem de estádios de futebol por mais de cinco anos.
A LaLiga classificou a sentença como "um passo firme na luta contra o ódio e a discriminação no esporte". O Real Madrid, em nota oficial, afirmou que os quatro se somam a outros 14 já condenados por ataques racistas contra seus jogadores e reafirmou seu compromisso em erradicar o racismo do futebol.
O caso ganhou repercussão internacional após o boneco aparecer pendurado na ponte com uma faixa que dizia “Madrid odeia o Real”, horas antes de uma partida entre Real Madrid e Atlético de Madrid.
