A companhia aérea Voepass tinha licença temporária de 18 meses para a deixar de guardar algumas informações na caixa-preta do modelo ATR que caiu em Vinhedo (SP), matando 62 pessoas, concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
As informações estão relacionadas a oito parâmetros do gravador digital da aeronave, previstos no Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) 121.
A decisão foi aprovada pela diretoria colegiada do órgão regulador em março de 2023 e valia para gravadores e digitais de dados para as aeronaves modelo ATR 72 212 A e 72-500.
Segundo o diretor da ANAC, Ricardo Catanant, a ausência de gravação desses parâmetros, do ponto de vista do impacto na segurança, não afeta o desempenho da aeronave, sendo classificado o risco como “aceitável”.
Os gravadores de voz e de dados, que compõem a caixa-preta da aeronave, foram integralmente recuperados, de acordo com informações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) . Segundo o órgão, um relatório preliminar deve ser divulgado em 30 dias.
Por meio de nota, a Anac informou que o equipamento, que teve requisitos isentados, não interfere na operação.
"O FDR é um equipamento de gravação de dados de parâmetros de voo que são extraídos após a operação para analisar o comportamento da aeronave e, na eventualidade de um acidente, auxiliar na investigação. O equipamento não interfere na operação da aeronave, apenas registra os dados", disse a Anac em nota.