O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) qualificou de "tortura" a delação do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, em nova manifestação após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em entrevista a uma rádio de Recife, Bolsonaro destacou vídeos vazados e alegando que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria ameaçado a família de Cid, o que teria levado o tenente-coronel a mudar seus depoimentos.
“A delação do Cid: tortura. Vocês viram parte dos vídeos vazados agora. Foi tortura. O Alexandre de Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha, e ele [Cid] mudando os seus posicionamentos. Isso quando ocorreu lá trás, algo parecido ou mesmo grave do que isso até, anularam-se praticamente todos os processos da Lava Jato”, alegou Bolsonaro
Bolsonaro comparou a situação à anulação de processos da Lava Jato, insinuando que atos semelhantes no passado resultaram em decisões judiciais questionáveis.
Na última quarta-feira (19), Moraes retirou o sigilo dos depoimentos de Cid e deu um prazo de 15 dias para que Bolsonaro e outros 33 denunciados pela PGR se manifestem sobre o conteúdo.
O grupo é investigado por envolvimento em tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).