O ex-presidente Jair Bolsonaro será interrogado presencialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a partir do dia 9 de junho, no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A oitiva ocorrerá na sala de audiências da Primeira Turma do STF e marcará o primeiro encontro presencial entre Bolsonaro e seus principais aliados réus no caso.
A audiência será conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal. Bolsonaro será o sexto a depor, após o início dos interrogatórios com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator no processo. As oitivas seguirão ordem alfabética, conforme previsto na legislação. Todos os réus poderão ser questionados por Moraes, Ministério Público, advogados e demais partes.
Apesar do encontro presencial, os réus continuam proibidos de manter contato entre si, medida cautelar mantida por Moraes. Eles poderão apenas se cumprimentar, sem qualquer diálogo. Cada um terá assento reservado na sala. O ex-ministro Braga Netto, também investigado, não participará desta fase.
As audiências estão programadas para ocorrer ao longo da semana, em diferentes horários. A maratona começa na segunda-feira (9), das 14h às 20h, e segue até sexta-feira (13), com sessões pela manhã e tarde. Se necessário, novas datas serão incluídas no cronograma.
As oitivas dos réus ocorrem após o encerramento da fase de testemunhas. No total, o STF ouviu 52 pessoas, entre elas cinco de acusação e 47 de defesa. Bolsonaro acompanhou todas as audiências por videoconferência, já que, como réu, tem direito a estar presente nas etapas do processo.
A última testemunha a falar foi o senador Rogério Marinho (PL-RN), que negou ter tratado de golpe com Bolsonaro ou Braga Netto. O processo segue agora com prazo aberto para novas diligências e pedidos de prova por parte das defesas e da Procuradoria-Geral da República.
Até o momento, as teses centrais da denúncia contra Bolsonaro não foram derrubadas.