Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (13) mostra que o analfabetismo funcional atinge quase um terço da população brasileira entre 15 e 64 anos. De acordo com o Índice de Alfabetismo Funcional (Inaf 2024), elaborado pela Ação Educativa em parceria com o Instituto Montenegro, cerca de 40 milhões de pessoas não conseguem interpretar textos, expressar ideias por escrito ou realizar cálculos simples — habilidades essenciais para o pleno exercício da cidadania.
O estudo considera analfabeto funcional tanto quem não sabe ler e escrever quanto aqueles que dominam apenas de forma rudimentar a leitura, a escrita e a matemática básica. A taxa, praticamente estável desde 2018, expõe a persistência de um dos principais desafios da educação no país.
Segundo Roberto Catelli, coordenador da Ação Educativa, a falta de políticas públicas consistentes para a educação de jovens e adultos é um fator central. “Temos 68 milhões de pessoas com mais de 18 anos que não concluíram a educação básica, mais de 40% da população adulta. Esse público foi pouco valorizado nos últimos anos”, afirmou.
Outro dado alarmante é o aumento do analfabetismo funcional entre pessoas com nível superior: em 2011, elas representavam 4% dos casos; hoje, esse número triplicou, chegando a 12%.