Um Shih Tzu de sete anos, chmado Theo, se tornou autor de uma ação judicial movida contra a tutor após ser vítima de maus-tratos durante um procedimento de castração caseira. O caso aconteceu em Sapiranga, no Rio Grande do Sul.
Por definição da Justiça o animal deve ficar sob os cuidados da médica veterinária Aline München, responsável por formalizar a denúncia.
A juíza Paula Mauricia Brun, responsável pelo caso, concluiu que “diante do sofrimento que causou” a tutora não tem “condições” de ficar com o cachorro.
“O reconhecimento cada vez maior da sociedade de que os animais são seres sencientes que sofrem e merecem proteção é evidenciado num cenário recente, pelos esforços realizados durante as enchentes ocorridas em nosso estado, onde milhares de pessoas, inclusive de outros estados, empreenderam ações de salvamento dos animais vítimas da tragédia. Essa conscientização demonstra a necessidade e importância de cuidar e proteger os animais, bem como de que possuem direitos e dignidade”, declarou a magistrada.
O caso
Em depoimento à Justiça, München relatou que a tutora de Theo entrou em contato telefônico com a clínica My Clinic Saúde Animal dizendo que necessitava de uma consulta urgente em razão de um quadro de sangramento que o cão apresentava em decorrência de uma castração caseira.
O animal chegou na clínica todo ensanguentado, de acordo com a médica veterinária, sem ter recebido nenhum tipo de medicação, nem fazendo uso de roupa ou colar pós-cirúrgico.
Ainda segundo München, Theo teve seus testículos "dilacerados" e a região foi suturada com fio (linha) de anzol, o que é "totalmente inadequada para esse fim". Nos exames de sangue realizados no cão também foram constatados quadros de anemia e leucocitose (infecção) severos.
A própria clínica veterinária entrou com a ação judicial contra a tutora. O processo pede que ela perca a guarda definitiva do cachorro e seja condenada a pagar pelo tratamento e pelos danos causados. Ele não pode ser adotado até o desfecho da ação judicial.