A Casa das Histórias de Salvador receberá uma exposição inspirada na Revolta dos Malês, considerada o maior levante protagonizado por negros escravizados do país, de 1835, a “Ecos Malês”. O evento acontece a partir de 4 de novembro.
Com curadoria de João Victor Guimarães e co-curadoria de Mirella Ferreira o “Ecos Malês” irá reverberar as forças e os poderes dos negros escravizados e libertos em busca de liberdade.
A exposição, que ficará no quarto andar do equipamento cultural, irá destacar a contemporaneidade dos pilares filosóficos, estratégicos e poéticos presentes neste movimento, articulado, em sua maioria, por negros islamizados.
Na assistência de curadoria de “Ecos Malês”, Ana Clara Nascimento, Breno Silva e David Sol, com projeto expográfico de Gisele de Paula em diálogo com Gabriela Leandro Gaia, que também assina a pesquisa da exposição.
Para Mirella Ferreira, a exposição dará a oportunidade de se caminhar por vestígios contemporâneos inspirados na herança histórica trazida pelo levante.
“Esses ecos proporcionarão reflexões sobre as obras que fundamentam o pensamento intelectual dos artistas contemporâneos e os núcleos que sustentam a construção do pensamento expográfico: Ruas da Revolta, Encontrar e Inventar. Núcleos que narram uma história por meio de uma dança de encontro entre os visitantes e os ecos malês”, completou a co-curadora.
O secretário Municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, considera a Revolta dos Malês um momento definidor da identidade e da história da cidade.
“Por muitos anos, [a Revolta] esteve fora dos espaços institucionais. Dessa forma, sediar uma exposição como essa na Casa das Histórias de Salvador, no prédio do Arquivo Público, é promover justa relevância a esse evento e aos que dele participaram”, completou.