A CCR Metrô, empresa responsável pelo metrô de Salvador, foi indiciada com o valor de R$ 1 milhão por conta de um caso de intolerância religiosa que ocorreu dentro de um dos vagões do metrô. A primeira audiência do caso aconteceu nesta sexta-feira (28) no Fórum Ruy Barbosa, movida pela defesa da vítima.
Em entrevista ao Portal do Casé, o advogado, Bruno Moura, explica as ações tomadas para a indenização da cliente e detalha os acontecimentos do ponto de vista da vítima.
"Pedi o valor da causa em R$ 1 milhão. Duas ações foram movidas neste caso, foi iniciada primeiro uma ação criminal, na verdade a partir de um boletim de ocorrência, onde foram adotadas as investigações pela Polícia Civil. Em paralelo a isso, também foi protocolada uma ação civil com pedido de danos morais", disse.
"Minha representada entrou no metrô no dia e tinha um rapaz lá que estava praticando o crime de intolerância religiosa, propagando um discurso de ódio contra pessoas de segmento de religiões de matriz africana. Quando ele viu que a minha representada usava um fio de conta, ele aumentou ainda as ofensas, falando que quem era do candomblé não prestava, era vagabundo, merecia morrer, ele ia matar porque o candomblé cultua o diabo e em seguida foi pra cima dela", concluiu o advogado.
Bruno afirmou ainda, que os traumas causados pelo acontecimento ainda permanecem e que sua cliente não se sente segura nas dependências do metrô. " Ela buscou ajuda, pediu ajuda aos seguranças da CCR metrô, não só ela, mas com vários outros passageiros e as seguranças se negaram a ajudá-la", disse.
Ao Portal do Casé, a CCR Metrô informou, por meio de nota, que não compactua com os acontecimentos e que vai contribuir com as investigações.
"A CCR Metrô Bahia repudia qualquer prática de atos de intolerância e desrespeito. A concessionária reforça que a equipe de Agentes de Atendimento e Segurança está disponível para prestar todo o atendimento e auxílio aos clientes e orienta que todo caso de intolerância ou agressão seja registrado para tomada das devidas providências. A CCR Metrô Bahia está à disposição das autoridades para contribuir com as investigações", escreveu.
*Sob a supervisão de Antonio Dilson Neto