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Desmatamento na Amazônia cai 11% e atinge menor índice em 11 anos, diz Inpe

Data:
Antonio Dilson Neto

Dados foram divulgados nesta quinta-feira (30)

Desmatamento na Amazônia cai 11% e atinge menor índice em 11 anos, diz Inpe
Reprodução/Unsplash

A área desmatada na Amazônia foi de 5.796 km² entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa uma queda de 11% em relação ao período anterior, quando o índice foi de 6.288 km², e marca a menor taxa registrada em 11 anos, consolidando uma sequência de quatro anos consecutivos de redução.

A queda ocorre mesmo após um ano marcado pelo maior número de queimadas em duas décadas. As taxas de desmatamento haviam disparado desde 2015 e atingido o pico de 13 mil km² em 2021, voltando a cair a partir de 2022, no fim do governo Jair Bolsonaro.

Os números fazem parte do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais de destruição da floresta. Diferente do sistema Deter, que apresenta alertas mensais, o Prodes consolida os dados oficiais usados pelo governo brasileiro.

O anúncio ocorre duas semanas antes da COP30, conferência climática que será realizada em Belém (PA), e reforça a estratégia do governo Lula de apresentar o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), iniciativa voltada ao financiamento de ações de preservação ambiental.

Segundo o Palácio do Planalto, a redução é resultado da fiscalização mais rigorosa e de operações conjuntas do Ibama e ICMBio. A meta do governo é zerar o desmatamento até 2030.

Redução por estado

A queda no desmatamento foi observada em quase todos os estados da Amazônia Legal:

  • Tocantins: 62,5%
  • Amapá: 48,15%
  • Roraima: 37,39%
  • Rondônia: 33,61%
  • Acre: 27,62%
  • Maranhão: 26,06%
  • Amazonas: 16,93%
  • Pará: 12,40%
  • Mato Grosso foi o único estado com alta: 26,05%

As ações de combate ao desmatamento aumentaram 80% nos últimos três anos, com 25.226 operações de fiscalização realizadas entre 2023 e 2025, contra 14.051 no triênio anterior.

O valor total das multas aplicadas subiu 63%, chegando a R$ 8 bilhões. As apreensões de bens e produtos ilegais cresceram 42%, somando 12.219 ocorrências, enquanto o valor dos bens confiscados saltou 172%, de R$ 726 milhões para quase R$ 2 bilhões.

Os dados refletem o reforço na presença dos órgãos ambientais e o uso de tecnologia para rastrear e punir o desmatamento ilegal.

Cerrado também registra queda

No Cerrado, o desmatamento foi de 7.235 km² no mesmo período, uma redução de 11% em relação ao ciclo anterior. O bioma, entretanto, segue como o mais pressionado pela expansão da fronteira agrícola.

Mesmo assim, o índice é o menor em cinco anos, o que, segundo o Inpe, representa um avanço importante para a conservação do bioma e dos recursos hídricos do país.

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