A área desmatada na Amazônia foi de 5.796 km² entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa uma queda de 11% em relação ao período anterior, quando o índice foi de 6.288 km², e marca a menor taxa registrada em 11 anos, consolidando uma sequência de quatro anos consecutivos de redução.
A queda ocorre mesmo após um ano marcado pelo maior número de queimadas em duas décadas. As taxas de desmatamento haviam disparado desde 2015 e atingido o pico de 13 mil km² em 2021, voltando a cair a partir de 2022, no fim do governo Jair Bolsonaro.
Os números fazem parte do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais de destruição da floresta. Diferente do sistema Deter, que apresenta alertas mensais, o Prodes consolida os dados oficiais usados pelo governo brasileiro.
O anúncio ocorre duas semanas antes da COP30, conferência climática que será realizada em Belém (PA), e reforça a estratégia do governo Lula de apresentar o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), iniciativa voltada ao financiamento de ações de preservação ambiental.
Segundo o Palácio do Planalto, a redução é resultado da fiscalização mais rigorosa e de operações conjuntas do Ibama e ICMBio. A meta do governo é zerar o desmatamento até 2030.
Redução por estado
A queda no desmatamento foi observada em quase todos os estados da Amazônia Legal:
- Tocantins: 62,5%
- Amapá: 48,15%
- Roraima: 37,39%
- Rondônia: 33,61%
- Acre: 27,62%
- Maranhão: 26,06%
- Amazonas: 16,93%
- Pará: 12,40%
- Mato Grosso foi o único estado com alta: 26,05%
As ações de combate ao desmatamento aumentaram 80% nos últimos três anos, com 25.226 operações de fiscalização realizadas entre 2023 e 2025, contra 14.051 no triênio anterior.
O valor total das multas aplicadas subiu 63%, chegando a R$ 8 bilhões. As apreensões de bens e produtos ilegais cresceram 42%, somando 12.219 ocorrências, enquanto o valor dos bens confiscados saltou 172%, de R$ 726 milhões para quase R$ 2 bilhões.
Os dados refletem o reforço na presença dos órgãos ambientais e o uso de tecnologia para rastrear e punir o desmatamento ilegal.
Cerrado também registra queda
No Cerrado, o desmatamento foi de 7.235 km² no mesmo período, uma redução de 11% em relação ao ciclo anterior. O bioma, entretanto, segue como o mais pressionado pela expansão da fronteira agrícola.
Mesmo assim, o índice é o menor em cinco anos, o que, segundo o Inpe, representa um avanço importante para a conservação do bioma e dos recursos hídricos do país.
 
                 
     
                                                                             
                                                     
                                                     
                                                     
                                                     
                                                    