A taxa de desmatamento na Amazônia Legal registrou queda de 30,6% entre agosto de 2023 e julho de 2024, alcançando 6.288 km² de floresta derrubada — o menor índice desde 2015. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Ministério do Meio Ambiente, são do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), considerado o mais preciso para o cálculo anual da devastação.
Apesar da redução expressiva, o Cerrado continua liderando a supressão de vegetação nativa no país. Foram devastados 8.174 km², mesmo com uma queda de 25,7% em relação ao ciclo anterior, a primeira redução após cinco anos consecutivos de alta.
Os dados ainda são preliminares e se referem às chamadas “cenas prioritárias”, ou seja, regiões mais críticas observadas por satélite. A taxa consolidada deve ser apresentada em novembro.
Embora os dados anuais indiquem recuo, o sistema Deter, também operado pelo Inpe, que emite alertas em tempo real, mostra aumento de 92% nas áreas sob alerta de desmatamento em maio de 2025 em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de agosto de 2024 a maio de 2025, a alta é de 9,1% frente ao período anterior.
Cerrado e Pantanal
No Cerrado, o Prodes aponta recuo após meia década de avanço contínuo. Já o Deter reforça a tendência: os alertas caíram 22% entre agosto e maio, e 15% apenas em maio, comparando com 2023 e 2024.
O Pantanal, por sua vez, apresentou a maior redução proporcional. A área sob alerta de desmatamento caiu 74% entre agosto de 2024 e maio de 2025. Em maio, o recuo foi de 65%. O cenário é ainda mais positivo em relação aos incêndios: nos últimos três meses, a área atingida ficou abaixo de 10 km², com queda de 99% em maio, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
