O coreógrafo Márcio Fidélis e o diretor de teatro Guilherme Hunder vão apresentar o espetáculo cênico musical de dança “INFINITO”, que estreia na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, de 2 a 10 de novembro, aos sábados e domingos, às 16h. A montagem, que é uma produção da Márcio Fidélis Cia de Dança, tem a assistência coreográfica do bailarino Kenuu Alves.
A coreografia é conduzida pela narrativa do personagem Tayó, um menino muito ligado à avó, que transcende e a morte de quem tanto o acarinhou o entristece, a perda daquela que era colo e acolhida.
A apresentação é uma coreografia que se inspira nos folguedos da cultura popular para abordar o tema da morte de forma sensível, poética e com referências às manifestações da cultura popular e afrodiaspóricas.
Algumas destas, levam às ruas diferentes formas e narrativas de lidar com a morte, como por exemplo, os Mandus, Os Zambiapungas e as Careta do Mingal, com referências ainda ao Nego Fugido do Acupe.
“INFINITO é construído a partir de uma perspectiva cênica musical de dança, algo muito próximo do que são os folguedos. A obra é um espetáculo que traz um diálogo da dança contemporânea com as populares e as danças modernas, a partir de olhar artístico direcionado ao público infantojuvenil. Tudo isso tendo a musicalidade e a dramaturgia criada por Mônica Santana como fios condutores para o processo de criação e da movimentação que vai para cena”, pontua Márcio Fidélis.
A dramaturgia se inspira nos contos yorubás que desdobram nas coreografias. Uma delas é a dança da travessia, conectando-se às lendas da yabá Iansã, da mitologia yourubá-nagô.
“O espetáculo toma como norte a palavra infinito, considerando que a vida é uma passagem e a morte não é um fim. Esta é uma perspectiva da cosmogonia africana basilar para construção do espetáculo”, declara Guilherme Hunder, que também assina o figurino da obra.
Ele também comentou sobre a criação da narrativa e sobre como ela nasce de suas próprias experiências.
“A narrativa surgiu a partir dos meus imaginários, que posteriormente foram compartilhados com Mônica Santana, que é a nossa dramaturga. Embora INFINITO tenha a dança como eixo central, é, na verdade, uma performance transversal que integra teatro, artes visuais, música e uma rica presença da cultura popular”, descreve Guilherme.
Hunder conta que o espetáculo iniciou inspirado no movimento da cultura popular, que é uma pesquisa transversal de ambos os diretores, e que no meio do processo “descobri alguns folguedos que trazem uma abordagem fúnebre ou lidam com a morte de alguma forma. Percebemos que poderíamos abordá-lo de maneira poética e delicada. Assim nasceu INFINITO, um espetáculo de dança contemporânea que tem suas raízes na cultura popular”.
SERVIÇO
INFINITO, com direção artística Márcio Fidélis e Guilherme Hunder
Onde: Sala do Coro do Teatro Castro Alves
Quando: 2 a 10 de novembro, sábados e domingos, 16h
Entrada: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada)
Ingressos: link.