Evandro Teixeira, um dos mais respeitados e premiados fotógrafos do Brasil, faleceu nesta segunda-feira (4), aos 88 anos. Internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul carioca, Teixeira sofreu falência múltipla dos órgãos, causada por complicações de uma pneumonia, segundo informações de familiares.
Com uma trajetória marcada por registros históricos, o baiano de Irajuba capturou momentos decisivos do Brasil e do mundo com sua câmera, revelando cenas emblemáticas da segunda metade do século 20. Seu trabalho, majoritariamente em preto e branco, é celebrado como uma crônica visual de lutas, resistências e acontecimentos que marcaram gerações.
De Irajuba para o mundo: a carreira de um ícone
Nascido em Irajuba, no interior da Bahia, Evandro Teixeira iniciou seu percurso na fotografia ainda jovem, por correspondência, e em 1957 seguiu para o Rio de Janeiro com uma carta de recomendação para o jornal Diário da Noite. Pouco depois, ingressou no Jornal do Brasil, onde firmou sua carreira por 47 anos, tornando-se referência no fotojornalismo brasileiro.
Ao longo de quase sete décadas, Teixeira registrou eventos históricos, como o golpe militar de 1964 e a ocupação do Forte de Copacabana. Em uma de suas mais icônicas fotos, capturou sob a chuva uma cena dramática de militares em contraluz, um registro poético que estampou a primeira página do Jornal do Brasil.
Imagens que marcaram a história
Teixeira foi testemunha ocular da resistência à ditadura militar, eternizando momentos como a Passeata dos 100 Mil, em 1968, na Cinelândia, onde uma multidão protestava contra os abusos do regime. Outro de seus registros icônicos captou a queda de um estudante, perseguido por policiais no centro do Rio, uma imagem que circulou recentemente de forma enganosa, sendo associada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No cenário da Candelária, uma das suas fotos mais lembradas retrata policiais montados a cavalo, simbolizando o confronto entre a repressão e a sociedade civil.
