O ex-ministro do Trabalho e Previdência Social José Carlos Oliveira e dois parlamentares são investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de cobrança ilegal de mensalidades associativas de aposentados e pensionistas. A nova fase da Operação Sem Desconto foi deflagrada nesta quinta-feira (13) pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Servidor de carreira do INSS, Oliveira presidiu o órgão entre novembro de 2021 e março de 2022, antes de assumir o Ministério da Previdência no governo Bolsonaro. Ele alterou recentemente seu nome para Ahmed Mohamad Oliveira, por motivos religiosos. Em setembro, o ex-ministro afirmou à CPMI do INSS que só soube das irregularidades em abril deste ano, após o início da operação.
Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, a ação também atingiu o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSB-MA). Pettersen é suspeito de vender um avião a uma entidade envolvida no esquema, enquanto Araújo é vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA).
A operação cumpre 63 mandados de busca e apreensão, 10 de prisão preventiva e outras medidas em 15 estados e no Distrito Federal. Entre os crimes investigados estão falsificação de dados, estelionato previdenciário, corrupção e lavagem de dinheiro.
Mais cedo, a PF prendeu o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto. A defesa dele classificou a prisão como “completamente ilegal” e afirmou que Stefanutto tem colaborado com as investigações desde o início.
