Pela primeira vez em quase seis meses de guerra Israel x Hamas, o grupo terrorista pediu desculpas pelo sofrimento causado aos palestinos na Faixa de Gaza, embora tenha reiterado o desejo de continuar o confronto, que visa, segundo o comunicado, permitir a conquista da "vitória e liberdade" à população.
Em nota publicada no Telegram no domingo (31), o Hamas ainda agradeceu aos civis e disse reconhecer o "esgotamento" provocado pelo conflito.
O grupo ressaltou as medidas que tentou introduzir para aliviar as dificuldades, especialmente as buscas pelo "controle de preços, tendo em conta a agressão em curso". O Hamas afirmou, ainda, estar em contato com "todos os componentes" da sociedade de Gaza, inclusive outros movimentos armados, comitês e grupos populares, para "resolver os problemas causados pela ocupação".
Desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 32,8 mil palestinos morreram e 75,3 mil ficaram feridos, sendo a maior parte mulheres e crianças. Do lado israelense, cerca de 1,1 mil pessoas foram mortas no ataque sem precedentes do Hamas em Israel, em 7 de outubro. Outras 250 foram sequestradas, e pelo menos 600 soldados morreram durante os meses do confronto.
O comunicado do Hamas foi divulgado no mesmo dia em que manifestantes israelenses foram às ruas para exigir a libertação de todos os reféns detidos em Gaza, além da realização de novos eleições para o Parlamento e a destituição do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Segundo os organizadores do protesto, cem mil pessoas participaram dos atos, o maior número desde o início da guerra.
Apesar de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado, na última segunda-feira (25), uma proposta de resolução para o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza que menciona explicitamente a exigência de um cessar-fogo imediato na região, os combates não cessaram no enclave. No domingo, forças israelenses realizaram dezenas de bombardeios em Gaza, e pelo menos 75 pessoas foram mortas nas primeiras horas da manhã, segundo o órgão de saúde do território.