A produção de resíduos plásticos é um desafio global. O Brasil, por exemplo, ocupa o 8º lugar na lista dos maiores produtores desse lixo, segundo a Universidade de Leeds, em estudo de 2024. Frente a esse cenário, as estudantes Karoline Silva, Marília Hellen de Oliveira e Sebastiana Kaury de Souza, do Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Corrente, em Santa Maria da Vitória, desenvolveram um copo biodegradável feito de amido de mandioca e bagaço de cana em busca de reduzir, na sua região, o uso de plástico em produtos como copos descartáveis.
Segundo Karoline, o projeto tem como objetivo promover o desenvolvimento socioeconômico, preservar o meio ambiente e valorizar o ecossistema local. “A ideia surgiu porque o amido do nosso produto, que vem da mandioca, é abundante em nossa região, assim como o bagaço de cana, que usamos como fibra por ser um material descartado. Ou seja, a produção pode reduzir não só os resíduos plásticos, mas também agregar valor à cadeia produtiva da mandioca”, afirma.
Um dos diferenciais do projeto, nomeado de EcoGrasp, é a inclusão de uma semente na parte inferior do copo, que, ao ser descartado na natureza, pode germinar. “A semente no nosso produto simboliza uma nova esperança para algo que poderia ser descartado de forma inadequada, trazendo possibilidades para impactos ambientais positivos. Usamos sementes de plantas frutíferas e espécies ameaçadas, como o pau-brasil e a aroeira. Futuramente, queremos incorporar sementes de outras plantas dos biomas brasileiros”, diz Marília Hellen.
Fotos: Milena Monteiro- Ascom/Secti
A estudante Sebastiana explica que o EcoGrasp, desenvolvido com o apoio da Secretaria da Educação (SEC) e orientação do professor Pablo Moura, está em fase de testes e tem melhorias previstas para os próximos meses. “Realizamos uma pesquisa bibliográfica e iniciamos os experimentos no laboratório, e ainda estamos nesse processo de testes. Pretendemos aprimorar a escala de produção e realizar os testes sensoriais e mecânicos nos meses seguintes. Com esses ajustes, esperamos viabilizar sua utilização no mercado”.