Com quase uma década e atuação, o projeto Livres Livros, ganhou uma nova sede na Rua Arthur de Azevedo Machado, no bairro do Stiep, em Salvador. O projeto é um movimento de mobilização social por meio da leitura que acontece de forma contínua desde 2015.
Em entrevista ao Portal do Casé, uma das idealizadoras do projeto, Raíssa Martins, contou sobre a caminhada para a construção e desenvolvimento do Livros Livres e suas conquistas sociais.
"Desenvolvemos várias iniciativas para promover esse propósito de favorecer o acesso aos livros e ao conhecimento, porque acreditamos que ler é poder e que conhecimento é a maior forma de transformação social, adquirir conhecimento favorece a mobilidade social. Desde 2015, quando a gente começou a nossa trajetória, a gente instala mini bibliotecas em espaços públicos. Hoje já são 62 unidades instaladas pelo projeto em cinco municípios, sendo que inspiramos dezenas, centenas de outras unidades a nascerem no interior do Estado. Vários projetos começaram. Inspirados na nossa iniciativa, em outros estados como no Rio Grande do Norte, interior de São Paulo, enfim, vários outros projetos a partir do que a gente moveu também, instalaram mini bibliotecas, então a gente se multiplicou através de outras pessoas", contou Raíssa.
A ação também conta com um clube de leitura social, onde é possível apadrinhar leitores de regiões periféricas, zona rural ou interior do estado, que têm dificuldade de acessar livros. Desta forma, com a ajuda dos "padrinhos", os kits literários são encaminhados para as crianças uma vez por mês, durante um ano. Todo o trajeto de investimento em leitura é feito com acompanhamento de uma equipe, aplicando um questionário no início e no final do ciclo.
"As dificuldades que as pessoas têm para acessar livros, as questões estruturais da sociedade. Quando falam que a sociedade não gosta de ler é bem cruel, porque, na verdade, as pessoas vêm de uma história bem difícil de acesso ao conhecimento e a gente vem quebrando esse paradigma. Quando a gente facilita o acesso, a gente cria novos olhares. Livro não é objeto destinado apenas a classe intelectual do país, livro deve ser para todos, todas as pessoas são dignas de ter acesso ao conhecimento", disse a integrante.
A fundadora do projeto, Raíssa Martins, foi premiada pelo prêmio Barra Mulher em 2020 como Mulheres que Transformam a Realidade com o Seu Talento. Em 2023 a gente ganhou o prêmio e o ponto de leitura do governo federal, sendo reconhecido como um ponto de leitura importante, de fomento ao conhecimento, acesso aos livros. "nosso propósito, de colocar o livro no caminho das pessoas, a gente sempre diz de mão em mão, de porta em porta, deixando a vida menos torta".
No dia 12 de julho, o Livres Livros vai realizar um sarau de mulheres em sua nova sede. "A gente tem uma costureira, design sustentável, que é Rosemary Paixão, que vai vir toda quarta-feira para cá para fazer pequenos consertos. E também receber encomendas focadas na sustentabilidade, na questão do reaproveitamento".
O projeto hoje está ocupando sua quarta sede, na Civil Towers, qua conta com uma estrutura adequada para guardar e garantir que os livros la armazenados continuem em boas condições para os leitores, de acordo com a fundadora. “O primeiro foi no ShoppingBela Vista, depois uma casa no Caminho das Árvores por dois anos. Com a pandemia a gente saiu de lá e a construtora civil acolheu a gente numa casa que eles tinham. Mas como era um imóvel em condições ruins para os livros, eles acabaram se sensibilizando e nos ofereceram esse novo espaço no prédio da Civil Towers, que a gente inaugurou na terça-feira” concluiu.
Sob supervisão de Antonio Dilson Neto
