O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (26) que determinou o traslado do corpo da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, encontrada morta na Indonésia após cair de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani. A decisão contraria a orientação do Itamaraty, que, na véspera, declarou não poder arcar com os custos da operação.
Pelas redes sociais, Lula informou que conversou com Manoel Marins, pai da jovem, para prestar solidariedade e confirmou que o governo federal vai viabilizar a repatriação do corpo.
Segundo interlocutores ouvidos pela CNN, a legislação sobre assistência consular tem brechas que permitem a cobertura dos custos em situações excepcionais, cabendo ao presidente a decisão final. A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), no entanto, não esclareceu a base jurídica nem os detalhes do procedimento.
O Itamaraty, por sua vez, havia citado o decreto 9.199/2017, que define que o traslado de corpos de brasileiros mortos no exterior deve ser custeado pela família. O parágrafo 1º do artigo 257 do texto exclui essa despesa da assistência consular.
Juliana Marins, publicitária e dançarina de pole dance, natural de Niterói (RJ), estava em um mochilão pela Ásia desde fevereiro. Ela desapareceu no último dia 20, durante uma trilha no vulcão Rinjani, e foi encontrada morta quatro dias depois, a cerca de 650 metros do local da queda.
Segundo a família, Juliana chegou a ser avistada com vida em diferentes pontos da montanha durante os dias de busca, mas ficou desamparada por horas em meio a tentativas frustradas de resgate. Ela teria escorregado montanha abaixo até ser localizada por drones, já sem sinais de vida.