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Maria Milza: conheça a agricultora baiana que pode se tornar santa

Data:
Jean Mendes

Maria Milza dos Santos Fonseca já pode ser chamada de Serva de Deus

Maria Milza: conheça a agricultora baiana que pode se tornar santa
Divulgação

A Bahia pode ter mais uma santa. A Igreja Católica confirmou, na última segunda-feira (15), que Maria Milza dos Santos Fonseca já pode ser chamada de Serva de Deus. É o primeiro passo para um processo, longo, que pode terminar na canonização. Natural de Itaberaba e agricultora, ela morreu em 1993.

De acordo com a Diocese de Ruy Barbosa, a informação foi confirmada pelo Vaticano por meio carta oficial do Dicastério para as Causas dos Santos, assinada pelo Cardeal Marcellus Semeraro, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

O processo passará agora para a primeira fase, com a instalação do tribunal em 15 de agosto, data que marcará os 102 do nascimento de Maria.

Caso seja confirmado, a Bahia terá duas santas. Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019, em uma cerimônia no Vaticano comandada pelo Papa Francisco.

BIOGRAFIA

Maria Milza dos Santos Fonseca nasceu em 15 de agosto de 1923, na comunidade rural de Alagoas, a 12 km de Itaberaba. Criada em um lar cristão, foi a caçula de doze irmãos, filha de Teotônio Ferreira Fonseca e Tereza Santos Fonseca, ambos agricultores.

Mesmo com poucos recursos, fazia questão de ajudar os mais necessitados. Trabalhava na roça e ajudava na casa de farinha da família. Sua generosidade era incondicional, e a casa de farinha se tornou um símbolo de sua entrega aos que passavam fome. Segundo a Igreja Católica, Maria Milza foi uma mulher "profundamente dedicada à oração e à intercessão pelos outros".

Sua fama de santidade começou a se espalhar. A agricultora caminhava longas distâncias para visitar os doentes, levando medicamentos, palavra de conforto e esperança. Muitos relatavam que sua simples presença trazia paz e alívio, e havia uma convicção de que suas orações tinham um poder especial.

Além de seus feitos espirituais, Maria Milza desempenhou papel importante na educação de crianças e jovens da comunidade. Tendo estudado até a 4ª série, alfabetizava as crianças usando cartilhas católicas, transmitindo-lhes valores cristãos ao mesmo tempo em que ensinava a ler e escrever.

A comunidade de Alagoas, onde Maria Milza viveu e realizou suas obras, tornou-se um lugar de peregrinação para muitos que buscavam inspiração em sua vida. Ao longo dos anos, bispos, padres, religiosas e inúmeros fiéis vinham de longe para conhecer a mulher que, com sua simplicidade e fervor, era um exemplo vivo do Evangelho. Sua casa se transformou em um local de acolhimento e oração. 

Mesmo após sua morte, em 17 de dezembro de 1993, a devoção a Maria Milza só cresceu. Ela foi sepultada na capela de Santo Antônio, na comunidade de Alagoas, e até hoje, muitos romeiros e romeiras visitam seu túmulo, movidos pela fé em sua intercessão. 

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