O Ministério Público Federal (MPF) acionou o Esporte Clube Bahia, órgãos públicos e empresas privadas para impedir obras no território quilombola de Quingoma, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. A medida busca resguardar a comunidade tradicional e proteger uma área considerada ambientalmente sensível.
Um dos pontos levantados foi a possibilidade de a Bahia SAF construir um centro de treinamento no local. Após cobrança do órgão, o clube afirmou oficialmente que não há negociações em andamento para aquisição de áreas dentro do território quilombola.
Segundo o procurador da República Ramiro Rockenbach, a atuação do MPF visa garantir segurança jurídica e evitar danos irreversíveis. “Estamos falando de uma comunidade tradicional com direitos reconhecidos e de uma área ambientalmente sensível. O esclarecimento da Bahia SAF ajuda a reduzir tensões, mas seguiremos vigilantes”, disse.
As associações locais manifestaram disposição para dialogar com o clube caso haja interesse futuro. Nos últimos dias, o MPF também expediu ofícios a outros órgãos.
Rockenbach destacou ainda que a questão vai além do debate fundiário. “Não se trata apenas de disputa por terras, mas de direitos humanos, justiça climática e preservação de patrimônio coletivo. O Brasil, como sede da COP30, precisa demonstrar responsabilidade e coerência na proteção de povos e comunidades tradicionais.”
