A jornalista e pesquisadora Lourivânia Soares viaja nesta terça-feira (9) para participar de um evento da Organização das Nações Unidas (ONU). A especialista baiana estará em uma mesa no Fórum de Alto Nível Político (HLPF), criado para a avaliar e revisar a Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Este ano, o evento prepara as bases para a Cúpula do Futuro, que ocorre em setembro e visa criar um novo consenso internacional para lidar com os desafios contemporâneos, envolvendo educação, pobreza e também o meio ambiente.
A participação de representantes do semiárido brasileiro, especialmente das mulheres, será uma grande oportunidade para compartilhar pautas e buscar soluções, além de contribuir para a agenda global. “Estou lisonjeada por ser uma das escolhidas para falar um pouco sobre a situação climática no Brasil. É uma honra fazer parte disso”, celebrou Soares.
O debate vai apresentar uma visão geral da perspectiva da sociedade civil sobre a Agenda 2030, abordando as problemáticas sobre o tema.
Natural de Pintadas, Lourivânia Soares conviveu com a seca onde viveu. “Era um sofrimento resignado e uma vida de muita simplicidade. Nesta época, eu achava que o sertão era assim mesmo, não tinha ainda uma visão crítica”, conta a pesquisadora. Ao decorrer dos anos, a educadora se tornou ativista de Direitos Humanos. Em 2023, foi selecionada pelo Centro Global de Adaptação (GCA) e pela Rede de Conhecimento sobre Clima e Desenvolvimento (CDKN) – siglas em inglês - para fazer parte da segunda edição da publicação Histórias de Resiliência e Adaptação, lançada durante a Cop 28, em Dubai.
Professora da Universidade Federal do Sul da Bahia e doutora em Cultura e Sociedade, Lourivânia faz parte da Rede Pintadas, que criou o movimento Plataforma Mulheres de Base Praticantes de Resiliência do Brasil. Agora, em parceria com a coalização internacional Huairou Commission, o projeto tem o objetivo de capacitar líderes femininas para enfrentar desigualdades de gênero e responder aos impactos climáticos, promovendo resiliência, desenvolvimento sustentável, justiça social e econômica.