O sistema de pagamentos Pix foi citado em um processo de investigação comercial dos Estados Unidos contra o Brasil. Segundo o Escritório da Representação Comercial dos EUA (USTR), o governo brasileiro adota práticas que favorecem serviços locais, como o Pix, em detrimento de empresas norte-americanas.
O documento afirma que o Brasil “parece se engajar em uma série de práticas desleais” ao promover plataformas de pagamento desenvolvidas pelo próprio governo, como o Pix, lançado oficialmente em novembro de 2020 pelo Banco Central.
O caso mais emblemático citado na disputa envolve o WhatsApp Pay, serviço de pagamentos da Meta. Lançado em junho de 2020 com apoio das bandeiras Mastercard e Visa, o sistema foi suspenso poucos dias depois por decisão do Banco Central e do Cade, sob alegação de necessidade de avaliar riscos e possíveis impactos à concorrência.
Enquanto o WhatsApp Pay enfrentava barreiras regulatórias, o Banco Central avançava com os testes do Pix. Em outubro de 2020, começou o cadastramento de chaves, e, no mês seguinte, o sistema foi liberado para o público geral, com adesão imediata de mais de 700 instituições financeiras.
Somente em março de 2021 o WhatsApp Pay recebeu autorização para funcionar no Brasil, mas, àquela altura, o Pix já havia se consolidado como o principal meio de pagamento instantâneo entre os brasileiros, dificultando a penetração da plataforma da Meta.