O legado do maestro Letieres Leite, um dos nomes mais importantes da música instrumental brasileira, foi celebrado neste sábado (9), durante uma edição especial da Jam no MAM, que marcou a oficialização do novo nome da área externa do Museu de Arte Moderna da Bahia: Praça Maestro Letieres dos Santos Leite.
A cerimônia de homenagem foi conduzida no final da tarde e contou com a presença de artistas, autoridades e familiares do maestro. Entre os nomes que participaram da celebração estavam a cantora Daniela Mercury, o senador Jaques Wagner e a deputada federal Lídice da Mata, além da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que reforçou a importância simbólica do momento.
A mudança de nome foi instituída pela Lei 14.691/2024, de autoria da deputada Olívia Santana, sancionada pelo governador Jerônimo Rodrigues. “É uma emoção ver a praça receber o nome de Letieres. Um reconhecimento à altura de alguém que revolucionou a música da Bahia com beleza, técnica e ancestralidade”, afirmou a parlamentar.
Logo após a solenidade, a Orkestra Rumpilezz, criada por Letieres, subiu ao palco para um concerto especial, com repertório que reverencia as composições e os arranjos do maestro, falecido em 2021, vítima da covid-19. Com 18 músicos em formação, a apresentação reafirmou a fusão poderosa entre percussão afro-baiana e jazz contemporâneo que caracterizou o trabalho do homenageado.
"Nomear este espaço como Praça Maestro Letieres Leite é mais do que justo — é manter viva uma das vozes mais inovadoras da música instrumental brasileira", comentou o músico Guiga Scott, integrante da Rumpilezz.
A noite contou ainda com o show da banda Geleia Solar, anfitriã da Jam no MAM há mais de 25 anos, que embalou o público com improvisos de jazz entrelaçados a ritmos afro-brasileiros.
Letieres Leite também foi um educador dedicado, responsável pela criação do método UPB (Universo Percussivo Baiano) e por diversas iniciativas de formação musical pela Funceb. Seu trabalho como maestro, arranjador e professor influenciou uma geração de músicos e consolidou novas linguagens na música instrumental da Bahia.
“Letieres está eternizado na alma da nossa cultura. Seu nome, agora também em um dos espaços mais simbólicos da cidade, é um lembrete do quanto ele transformou e inspirou”, afirmou o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Bruno Monteiro.
