Professores da UNEB rejeitaram a nova proposta do Governo do Estado de recomposição salarial à categoria. Além de negar a proposição, como maneira de intensificar a mobilização, foi aprovada, em reunião na quinta-feira (29), uma paralisação das atividades acadêmicas, por 24 horas e com os portões fechados, nos 27 campi da universidade, no próximo dia 11 de setembro.
Segundo a Associação dos Docentes da UNEB (ADUNEB), as perdas salariais em decorrência da falta de recomposição da inflação, desde 2015, chegam a 35%. A atual proposta do Governo previa o pagamento, tendo como base o teto da inflação de 4,5% (estipulada pelo Comitê Monetário Nacional), mais 1,2%.
Na prática, o reajuste de 5,7% seria pago em três parcelas. “De fato, o que o governo colocou à mesa foi uma recomposição salarial de apenas três parcelas de 1,15%, o restante apenas cobre a inflação do ano anterior. Se lembrarmos que a defasagem é de 35%, não podemos nem mesmo caracterizar como um plano de recomposição salarial", afirmou Clóvis Piáu, Coordenador Geral da ADUNEB.
Para a coordenação da ADUNEB, a gestão estadual avançou ao realizar a mesa de negociação, mas o fato só ocorreu após os professores as quatro universidades estaduais da Bahia (UNEB, UEFS, UESB e UESC) decretarem indicativo de greve, em abril.
A direção do sindicato considera ainda que, até o momento, não foi apresentada nenhuma proposta satisfatória de recomposição salarial. Além disso, docentes enfatizaram a disponibilidade e a flexibilidade do movimento na negociação, que tem estabelecido amplo diálogo sobre os percentuais de reajuste e sobre termos muito aquém da defasagem salarial, buscando avançar com diálogo e acenando para o governo a disponibilidade para negociar.
A próxima reunião com o Governo será realizada em 11 de setembro. Na ocasião, uma contraproposta, a ser realizada em consenso pelos sindicatos dos professores das UEBAs, será apresentada aos representantes do governador Jerônimo Rodrigues. Docentes da UNEB não descartam uma possível greve.