Viralizou, nos últimos dias, um vídeo sobre um casamento realizado na Igreja de Santa Teresa, no Museu de Arte Sacra, em Salvador. Nas imagens, um babalorixá entra no templo religioso espalhando incenso e ao som de músicas tradicionais da religião umbandista. A comemoração aconteceu no dia 4 de novembro.
"Vocês fazem uma nota para tal profanação do Sagrado e não tomam nenhuma posição relevante de fato! Não é a primeira vez que tal padre aparece se expondo desse jeito, não é a primeira vez que a profanação do Sagrado acontece na nossa Arquidiocese, quando vocês irão tomar uma ATITUDE DE VERDADE? Até quando haverá OMISSÃO?", comentou um internauta, em uma publicação da Arquidiocese de Salvador, que soltou uma nota sobre o caso. "Vocês envergonham a Santa Igreja Católica", declarou outro.
O padre que realizou a cerimônia também foi alvo de comentários negativos e foi "acusado" de sincretismo religioso. "Que fique registrado que não é a primeira vez que Padre Lázaro Muniz, pratica sincretismo religioso com o candomblé, umbanda e afins sem nenhuma providência da arquidiocese. Inclusive é uma das referências, bem como Padre Edson, da igreja do Senhor do Bomfim, desse tipo de profanações dentro da igreja Católica", diz outro comentário direcionado ao regente da celebração.
Veja no Instagram/
Arquidiocese de São Salvador da Bahia se pronunciou sobre o acontecimento por meio de seu perfil no Instagram. A Igreja Católica disse que a participação do babalorixá não havia sido comunicada com antecedência.
VEJA NA ÍNTEGRA
Comunicamos, por meio desta nota, que as postagens na internet referentes a um casamento realizado na Igreja de Santa Teresa, no Museu de Arte Sacra, em Salvador – BA, no dia 4 de novembro de 2023, foi uma cerimônia com rito litúrgico católico. Na assembleia havia a presença de pessoas da comunidade umbandista.
Por causa da proximidade dos noivos com a comunidade umbandista, algumas pessoas resolveram prestar uma homenagem ao casal com cantos e orações do culto afro. Isto se deu antes do rito católico. Reconhecemos que a homenagem não era adequada para o espaço litúrgico.
Informamos que o cônego Lázaro Muniz, que assistiu à cerimônia do casamento, não havia sido comunicado; portanto, não tinha dado permissão para tais incursões. O mesmo sacerdote advertiu o casal e alertou os convidados com relação ao fato, em vista de se evitarem outras atitudes inconvenientes.
Informamos, ainda, que as pessoas implicadas diretamente na cerimônia foram comunicadas e se manifestaram com pedido de desculpas por terem realizado tais atos dentro de um templo católico.
Há publicações circulando nas mídias sociais que não revelam o verdadeiro teor da celebração realizada, seguindo o estrito Ritual de Matrimônio, na fórmula 'sem missa'.
É importante que o diálogo inter-religioso seja sempre marcado pelas normas canônicas e as orientações pastorais vigentes, no respeito aos diversos segmentos religiosos