Um robô humanoide está sendo desenvolvido pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Batizado de ARTHuR FrancSTEAM a máquina tem diversas habilidades como cantar, chorar, conversar, apertar mãos e movimentar os braços e dedos.
O "Pai" do robô é o engenheiro eletricista Aristides Pavani Filho, que faz doutorado na universidade. Arthur foi desenvolvido a partir de um desafio lançado pela Coordenadora de Pesquisa da PRPPG/UFBA, Olívia Oliveira, para apresentação na Semana de Ciência, Arte e Tecnologia (Secatec): Desenvolvimento e Sustentabilidade, em outubro do ano passado.
“O desenvolvimento de sistemas robóticos avançados oferece oportunidades significativas para melhorar a eficiência, a segurança e a qualidade de vida em diversas áreas, desde o monitoramento ambiental até a educação. Ao aproveitar o potencial dessas tecnologias inovadoras, podemos enfrentar os desafios do século XXI de forma eficaz e construir um futuro mais sustentável”, declara o engenheiro. Pavani tem como tese de doutorado a “Aplicação da Inteligência Artificial na Geoquímica para o Monitoramento Ambiental: O Caso do Robô Humanoide ARTHUR FrancSTEAM”.
O nome estranho do robô tem explicação: “Arthur” é um sigla em inglês para “Advanced Research and Technologies for Humanoid Robots” (Pesquisa e tecnologias avançadas para robôs humanoides). Já o “Franc” de “FrancSTEAM” vem de Francisco adicionado ao “STEAM” (do inglês, Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics).
O desenvolvimento do robô foi baseado no projeto InMOOV, plataforma licenciada sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0, que está disponível na internet e possibilita a qualquer pessoa acessar e modificar os arquivos, desde que siga as condições estabelecidas e não use o projeto para fins comerciais.
O processo de construção da estrutura foi realizado no laboratório do Instituto de Geociências da UFBA, que possui tecnologia de ponta para a sua implementação. O desenho das peças constitutivas da estrutura material de ARTHuR é disponibilizado pela plataforma online, sendo necessário que a equipe responsável faça o download destes desenhos e direcionem para a impressão em impressoras 3D presentes no Instituto.
Já os componentes eletrônicos, como os motores, sensores e controladores, conectados por fios e cabos na parte interna do robô foram adquiridos pelo laboratório. A estrutura do robô permite a articulação das peças, simulando movimentos humanos facilitado pelo rolamento, engrenagens e outros mecanismos que se assemelham à articulação dos músculos humanos.
“A presença de um projeto de robô humanoide em uma universidade pública inspira e motiva os alunos, oferecendo oportunidades de aprendizado prático e engajamento em projetos inovadores. O envolvimento dos estudantes na concepção, construção e programação desses robôs não apenas aprimora suas habilidades técnicas, mas também estimula o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade. Essa experiência prática e interdisciplinar prepara os alunos para os desafios do mercado de trabalho e os incentiva a contribuir para o avanço da CT&I em suas carreiras futuras”, afirma o reitor da UFBA, Paulo Miguez.