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SPFW: Ateliê Mão de Mãe celebra ancestralidade feminina com homenagem a Nadia Taquary

Data:
Marcele Neves

Batizado de Ìyàmì, o desfile exalta as figuras femininas no candomblé, sinônimo de força, coragem e sabedoria e reconhecidas como guardiãs do destino

SPFW: Ateliê Mão de Mãe celebra ancestralidade feminina com homenagem a Nadia Taquary
Divulgação

Considerada uma das marcas mais admiradas da moda nacional, a baiana Ateliê Mão de Mãe,  realiza seu sexto desfile no Sao Paulo Fashion Week,  nesta sexta-feira  (18),  às 20h no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera. Desta vez, a marca  decidiu prestar homenagem às Ìyàmìs, forças espirituais do candomblé que são conhecidas como zeladoras do destino. 

As Ìyámís já foram objeto de estudo e são tema recorrente na obra da artista plástica baiana Nádia Taquary, cujo corpo de trabalho também influenciou o time do AMM ao criar as peças de seu verão 2025.

Esse relicário de referências se desdobra ao longo de toda a coleção, que segue tendo o crochê como protagonista. As franjas vermelhas que adornam alguns looks, por exemplo, são uma alusão à menstruação e fertilidade. Já os pontos-escama fazem referência direta à obra de Nadia. 

A coleção tem bases mais estruturadas que nas passadas, numa nítida evolução no trabalho de modelagem do AMM, com cartela de cores variada, onde se destacam preto, branco, gelo, vermelho e dourado, que surgem sempre em looks monocromáticos. Peças de linho aparecem ocasionalmente trazendo leveza à coleção. 

Patrick e Vinicius, os sócios-fundadores da marca, conheceram Nádia Taquary em 2022, no lançamento da exposição “Ìyàmì”, quando Nádia apresentou pela primeira vez obras baseadas em sua visão e pesquisa sobre referências femininas na mitologia da cultura Nagô. Entre as obras, a artista traz as figuras das grandes mães, as AjésÌyàmìs, com o intuito de desconstruir uma história pautada e perpetuada a partir do colonialismo e patriarcado. Essa desconstrução histórica também é missão cotidiana da marca baiana.

O AMM pretende que a temática escolhida abra o diálogo em torno da crença na força feminina existente no candomblé e fazem ligação direta com as mulheres que inspiram o Ateliê Mão de Mãe diariamente, como um convite para voltar para dentro de si em um momento de amadurecimento de marca, de autoconhecimento e entendimento profundo do seu papel, a partir das memórias e histórias das guias que protegem com axé. 


 

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