O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo dos depoimentos de 52 testemunhas ligadas ao chamado “núcleo 1” da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
As gravações revelam divergências entre os relatos. Testemunhas de acusação mencionaram discussões sobre decretação de Estado de Sítio e uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), enquanto depoentes de defesa negaram qualquer plano golpista. Moraes só liberou os vídeos após o fim das oitivas, para evitar que os depoentes combinassem versões.
As audiências foram marcadas por tensão. O ministro fez advertências a testemunhas e advogados e chegou a ameaçar de prisão o ex-ministro Aldo Rebelo por desacato. Contradições também chamaram atenção, como no caso da suposta ameaça de prisão feita por Freire Gomes a Bolsonaro — fato negado pelo próprio general.
Os interrogatórios de Bolsonaro e outros sete réus estão agendados para 9 de junho. Eles são acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada, que somam penas superiores a 30 anos de prisão. O julgamento está previsto para ocorrer ainda em 2025.