O homem suspeito de uma aparente tentativa de assassinato do ex-presidente dos EUA Donald Trump foi indiciado, nesta segunda-feira (16), por dois crimes relacionados à posse ilegal de arma de fogo, enquanto o secretário de Justiça americano, Merrick Garland, prometeu empregar "todos os recursos disponíveis" na investigação. Ryan Wesley Routh está preso desde domingo (15), quando tentou escapar dos agentes nos arredores do campo de golfe de Trump onde ocorreu o incidente.
O candidato republicano à Casa Branca, por sua vez, atribuiu a aparente tentativa de um novo ataque contra sua vida em julho, ele foi ferido na orelha direita por um tiro em um comício na Pensilvânia, à “retórica” da vice-presidente e rival em novembro, Kamala Harris.
De acordo com representantes do Departamento de Justiça, Routh foi indiciado pelos crimes de posse de arma com o número de série raspado e de posse de arma apesar de ter uma condenação judicial. Os dois crimes, juntos, podem acarretar até 20 anos de prisão. Ele compareceu a um tribunal na Flórida, estado onde houve a aparente tentativa de ataque, usando uma roupa de presidiário e respondeu as perguntas do juiz apenas com “sim”, “não” e acenos de cabeça.
O suspeito ainda declarou não ter meios para custear a própria defesa, e uma defensora pública lhe foi designada.
Os promotores, afirma a imprensa americana, apresentaram apenas as alegações sobre o porte ilegal de armas para garantir que ele permaneça preso enquanto o FBI (a polícia federal dos EUA) analisa as circunstâncias, evidências e, especialmente, motivações da suposta tentativa de assassinato.
Ryan Wesley Routh, de 58 anos, não tem histórico junto às Forças Armadas, mas expressava uma retórica violenta: em uma publicação em suas redes sociais, disse que estava disposto a morrer na Ucrânia. Em uma entrevista ao New York Times, de 2023, disse ter ido ao país europeu para ajudar nos esforços de guerra e que queria recrutar soldados do Afeganistão para lutar contra as forças russas.
No pedido de indiciamento apresentado nesta segunda-feira, os promotores citam duas condenações: uma por "posse de arma de morte e destruição em massa", em 2002, e outra por "posse de bens roubados", de 2010. Registros judiciais da Carolina do Norte trazem ainda citações sobre processos por atraso no pagamento de impostos e emissão de cheques sem fundos