O Observatório Vera C. Rubin, no Chile, divulgou nesta segunda-feira (23) as três primeiras imagens captadas por seu supertelescópio, marcando o início de uma nova era na observação do cosmos.
Uma das imagens é composta por 678 registros feitos em pouco mais de sete horas e mostra com detalhes as nuvens de gás e poeira das nebulosas, a milhares de anos-luz da Terra. Destaca-se a Nebulosa de Lagosta, em tons de rosa e vermelho, cercada por estrelas brilhantes. Também é possível ver outra nebulosa em azul e branco, além de galáxias espirais e o aglomerado de Virgem.
Instalado no topo do Cerro Pachón, no deserto do Atacama (Chile), o observatório foi construído para realizar o LSST (Pesquisa de Legado de Espaço e Tempo), projeto internacional liderado pelos EUA com participação de países como o Brasil.
Com a maior câmera digital já construída no mundo (3,2 gigapixels) e um campo de visão extremamente amplo, o telescópio será capaz de registrar cerca de mil imagens do céu por noite, mapeando o hemisfério Sul com velocidade e precisão inéditas. A cada 30 segundos, captará uma área maior que 40 luas cheias.
O projeto deve gerar um catálogo com 20 bilhões de galáxias e 20 bilhões de estrelas, distribuídas em seis cores. Os dados prometem impactar diversas áreas da astronomia, como o estudo do Sistema Solar, a busca pelo Planeta 9 e os enigmas da matéria escura e da energia escura.
O observatório homenageia Vera C. Rubin, astrônoma que, nos anos 1970, apresentou as primeiras evidências da matéria escura ao estudar o movimento das galáxias.