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Víbora azul resgatada na Bahia é batizada em homenagem a Rita Lee

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Da redação

Pequena Trimeresurus insularis tem 65 centímetros e pouco mais de 60 gramas.

Víbora azul resgatada na Bahia é batizada em homenagem a Rita Lee
Reprodução/José Felipe Batista/Comunicação Butantan

Uma víbora-dos-lábios-brancos foi resgatada na Bahia após ser encontrada em um ônibus vindo de São Paulo. A Trimeresurus insularis chegou ao Museu Biológico do Butantan em 14 de junho de 2023 e ganhou um nome especial em homenagem à cantora brasileira Rita Lee, falecida em maio do mesmo ano.

De olhos vermelhos e coloração azul rara, a víbora tem 65 centímetros e pouco mais de 60 gramas. Antes de chegar a São Paulo, teve que passar pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres de Porto Seguro (BA) junto com outros 59 animais que estavam sendo transportados ilegalmente.

“Montamos um espaço com galhos de árvores e vegetação semelhante ao habitat natural da espécie para ajudar na adaptação. A serpente ficou uns dias sem querer se alimentar e praticamente não se locomovia até se sentir segura. Mas agora já está se alimentando normalmente”, conta a pesquisadora científica e coordenadora de manutenção animal do museu, Silvia Cardoso.

É possível visitar a víbora no Museu Biológico, localizado no Parque da Ciência Butantan.

A ligação de Rita Lee com as serpentes vai além da canção “Erva Venenosa”, a qual já performou vestida de naja. A rainha do rock brasileiro chegou a resgatar jiboias que faziam parte de um show de Alice Cooper em 1974.

A pesquisadora e diretora do Museu Biológico do Butantan, Erika Hingst-Zaher, explica a verdadeira relação da cantora com a cobra, batizada de “Menino Bonito“.

“Essa serpente é a nossa ‘ovelha azul’, por que ela é muito diferente, assim como a Rita, que foi inovadora nas ideias, na música e na conservação do meio ambiente através de seus livros. Quisemos fazer essa homenagem pela influência tão importante dela na nossa cultura, especialmente para as mulheres, e para incentivar as meninas a se interessarem mais por ciência”, diz a diretora.

Por ter a cauda preênsil, a víbora consegue se pendurar em galhos e segurar as presas impedindo-as de escapar.

A cor azul de sua espécie é considerada incomum, ocorrendo apenas em algumas ilhas da Indonésia, onde ela vive.

“Se trata de um polimorfismo de cor, ou seja, quando espécies sofrem variações de cor, tamanho ou comportamento por questões ambientais e evolutivas, explica o biólogo e herpetólogo do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan Francisco Luís Franco.

Por ser exótica, um dos grandes perigos é que o soro contra seu veneno não está disponível no Brasil. “É uma grande irresponsabilidade trazer estas serpentes dessa forma, sem qualquer cuidado com o animal e com risco de ocorrer acidentes sem o devido antiveneno disponível”, pondera Silvia Cardoso, pesquisadora científica e coordenadora de manutenção animal do museu.

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