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Vinhos em Harmonia: Café e Vinho são mais parecidos do que você imagina

Data:
Livio Chiazzano

Aliás, quanto mais você mergulha no universo dos vinhos, mais começa a notar semelhanças com o seu cafezinho diário

Vinhos em Harmonia: Café e Vinho são mais parecidos do que você imagina
Freepik

Você pode até achar que vinho e café estão em mundos opostos — um, símbolo das noites elegantes; o outro, companheiro das manhãs corridas. Mas o que poucos sabem é que essas duas bebidas têm muito mais em comum do que parece à primeira vista. Aliás, quanto mais você mergulha no universo dos vinhos, mais começa a notar semelhanças com o seu cafezinho diário.

Na coluna de hoje, vamos desbravar essa conexão surpreendente e, quem sabe, despertar em você um novo jeito de olhar (e saborear) cada gole.

Tudo começa no terroir; o que define a personalidade de um vinho ou de um café? A resposta está no terroir, um termo francês que se refere ao conjunto de fatores naturais que influenciam a produção: solo, clima, altitude e até a forma como o produtor cuida da plantação.

Assim como a uva Syrah vai se comportar de um jeito na França e de outro no Chile, os grãos de café da Etiópia têm características muito diferentes dos brasileiros. O terroir imprime identidade à bebida e isso explica por que dois cafés ou dois vinhos da mesma “espécie” podem ter sabores completamente distintos.

Quem começa a explorar o mundo do vinho aprende que há dezenas de uvas diferentes: Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay, Malbec… Cada uma com seu perfil aromático e estrutura. O mesmo acontece com o café! Existem diversas variedades de grãos, como Bourbon, Catuaí, Geisha, Mundo Novo… E cada uma traz nuances de aroma, doçura, acidez e corpo que tornam a experiência única.

Assim como um enófilo pode preferir os taninos firmes de um Tannat, o amante do café pode se apaixonar pela acidez brilhante de um grão arábica cultivado em grande altitude.

Você já ouviu um sommelier descrever um vinho como “frutado, com notas de cereja madura e toques de baunilha”? Pois saiba que os baristas e degustadores de café também usam descrições semelhantes: “acidez cítrica, aroma de chocolate amargo e final floral”.

Tanto o vinho quanto o café oferecem uma paleta sensorial riquíssima. E isso não é exagero os dois têm centenas de compostos aromáticos que, quando bem trabalhados, criam experiências olfativas e gustativas complexas e fascinantes.

Assim como o vinho pode ser vinificado de maneiras diferentes (em tanques de inox, barricas de carvalho, maceração carbônica, espumantização, etc.), o modo como se prepara o café também muda tudo.

Um mesmo grão pode render uma bebida mais leve ou mais encorpada dependendo do método: coado, prensa francesa, espresso, aeropress… É como comparar um vinho branco jovem e fresco com um tinto envelhecido em carvalho, o estilo muda completamente.

Talvez o ponto mais bonito dessa comparação seja o ritual. Tomar vinho ou café não é apenas ingerir uma bebida é um momento de pausa, de prazer, de conexão.

Ambos convidam à conversa, à contemplação e ao encontro. Seja numa taça de Pinot Noir ou numa xícara de café especial, existe uma arte em prestar atenção ao que você está sentindo. E isso, por si só, já vale o brinde (ou o gole).

E tem mais… Você sabia que muitos vinhos têm aromas naturalmente semelhantes aos do café? Especialmente alguns tintos encorpados, como Syrah ou Cabernet Sauvignon envelhecidos em barrica, que podem desenvolver notas de café, cacau ou torrefação. Ou seja, um universo pode refletir o outro de forma surpreendente.

Se você ama café, talvez esteja mais perto do vinho do que imagina. E se já é fã de vinhos, que tal começar a explorar o universo do café especial com o mesmo olhar curioso?

Afinal, tanto o vinho quanto o café são frutos da terra, da cultura e da dedicação humana que nos convidam, todos os dias, a sentir mais, aprender mais e brindar à vida com sabor e alma.

Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!

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